O que era esperado se concretizou. O Parque Dona Lindu, em Boa Viagem, ficou pequeno para a grande profusão de emoções alimentados entre a multidão que encheu o espaço e a cantora Maria Rita, no início da quente noite de ontem. A cantora apresentou aos recifenses o show Nívea Viva Elis, no qual reinterpreta parte do repertório da sua mãe, Elis Regina. A pimentinha da MPB nos deixou no dia 19 de janeiro de 1982, com apenas 36 anos de idade, mas continua sendo considerada uma das maiores cantoras do País, quiçá do mundo.
Essa última explanação encontra força quando uma artista como a islandesa Björk relata ao meio-irmão de Maria Rita João Marcelo Bôscoli - filho do também músico Ronaldo Bôscoli e mentor do projeto Nívea – que “Elis tinha coragem de ir, emocionalmente, a lugares que eu não tenho coragem, (porque) não sei se eu conseguiria voltar, me reconstruir”, conforme Bôscoli falou, tempos atrás, em entrevista a este repórter.
Entre as pessoas que esperavam pelo início do show, gente de idades e motivações diversas. “Eu sabia. Tinha certeza que isso um dia ia acontecer: ver a filha de Elis cantando as músicas que a mãe interpretava”, disse Ana Lúcia, 52 anos. “É um sonho!”, complementou a comerciária.
Ao entrar no palco, junto com os músicos da sua banda, Maria Rita teve que se segurar para não se desmanchar de emoção ao ser recebida com extremo carinho pelo povo.
A emoção de viver aquele momento histórico era algo bem explícita na face de Maria Rita, que deixou rolar lágrimas durante trechos do show. Ela se comunicava muito bem com o público e até contou uma história registrada por sua mãe em uma carta escrita no Recife. Nela, Elis relatava com alegria os primeiros passos da sua então pequenina filha. “Aprendi a andar aqui”, disse Maria Rita para delírio do povo.
Tendo a beleza morena realçada por um macacão e uma túnica brancos, a filha de Elis agradeceu pela segurança que seus músicos lhe proporcionavam. E reforçou as qualidades da mãe. “Este é um show em homenagem a maior cantora do Brasil. Tudo que ela fez e deixou pra gente, valeu a pena”, falou Maria Rita.
Leia a reportagem completa no Caderno C desta segunda (2).
