Reggae

Cannibal fala de amor em CD de reggae

Café Preto tem canções sentimentais

AD Luna
Cadastrado por
AD Luna
Publicado em 28/04/2012 às 6:01
Leitura:

Apesar da sua aparente agressividade, o punk rock já chegou a beber muito na fonte do reggae, ritmo mais calmo e relaxado. O grupo inglês The Clash é um exemplo dessa aproximação ouvida em canções como The guns of Brixton, entre outras. Em 1977, depois de visitar a Inglaterra (que à época fervilhava com a onda punk), Bob Marley gravou Punk reggae party. No Recife, Cannibal – vocalista e baixista da banda punk hardcore Devotos – é um dos grandes entusiastas do som que projetou a Jamaica para o mundo. Ele acaba de lançar o CD Café preto, seu primeiro trabalho como cantor de reggae.

O disco – que ainda não tomou forma física, mas já está disponível para download gratuito no link https://cafepreto.mus.br – é uma realizado do próprio Cannibal em parceria com o DJ Bruno Pedrosa e o tecladista Pi-R.

O projeto começou a tomar forma em 2007, quando Cannibal falou para Bruno sobre seu desejo de navegar por outros oceanos. Os DJ fez oito bases, prontamente musicadas e letradas pelo vocalista, ainda naquele ano. O nome do trabalho surgiu durante viagem feita à Europa pela Devotos, em 2010. “Depois de almoçar, me ofereceram um ‘black coffee’. Curti muito a sonoridade e fiquei com a ideia na cabeça até que em uma conversa com Jorge du Peixe (vocalista da Nação Zumbi) ele sugeriu usar a versão em português mesmo”, conta Cannibal.

Café preto – disco que, além do reggae tradicional, apresenta incursões pelo dub e raggamuffin.
Apesar da ferocidade do som do Devotos, quem conhece Cannibal e seus companheiros de hardcore, Neilton (guitarra) e Cello (bateria), sabe que por traz da agressividade de sua música, encontram-se três seres humanos sensíveis e compassivos.

Isso pode explicar em boa parte a maior docilidade encontrada nas letras do Café preto. “No Devotos, eu não me vejo falando de amor. Nesse outro trabalho, eu já consigo fazer isso. Mas, mesmo quando falo de sentimentos, não tem jeito, a crítica social acaba aparecendo”, expõe Cannibal, citando como referência a faixa Oferenda, que contém a seguinte letra: “Lixo na favela/ Cada esquina uma pedra/ Mas tem uma flor/ É você amor”.

Leia mais no Caderno C deste sábado (28).

Últimas notícias