Existem artistas que, por conta do seu aguçado poder de observação e sensibilidade, são capazes de ir bem além da capacidade de descrever lugares e situações. Eles chegam mesmo a nos fazer adentrar pelo misterioso mundo das percepções sensoriais, algo extremamente difícil de explicar por meio da razão. Erasto Vasconcelos é um desses verdadeiros magos da palavra. O músico com mais de 40 anos de carreira e uma parceria de sucesso com a banda Eddie comemora 65 de vida, hoje, na festa Beta vovô, no Restaurante Mourisco, em Olinda, sua terra natal. O encontro começa às 18h e terá ainda a participação dos grupos Observatório e Conjunto Maravilha.
Depois de sete anos sem se apresentar solo, Erasto mostrará ao público o seu Pão ensopado com leite de coco – o inusitado nome de seu novo projeto. Nesse show, o irmão do percussionista Naná Vasconcelos será acompanhado por uma banda de violões, percussão, baixo, cavaquinho e trombone.
O repertório será formado, basicamente, por sambas com características pernambucanas e ligações com manifestações afro-brasileiras, como nas músicas Louvação às nações e Obá. “Eu elaborei esse show em 1971 e cheguei a apresentá-lo em 1974. Para essa versão agora, incluí músicas novas”, informa Erasto. “Durante o decorrer deste ano, devemos gravar as músicas para um disco”, complementa.
“Admiro muito a trajetória e a obra de Erasto Vasconcelos. É um cara que eu adoro, além de ser parceiro de trabalho. Ele é um dos eddies”, ressalta Trummer, que gravou quatro composições dele: Eu sou Eddie, Dia de Olinda, Maranguape e O baile Betinha. Danada e Parque de diversão foram feitas em parceria.
Trummer enxerga Erasto como um mestre que ajudou a formar diversos músicos de Olinda e exalta sua forma de compor. “Ele é bastante imagético na sua forma de compor e se utiliza de um sistema de métrica poética bem particular. É muito observador, suas letras me encantam”, diz.
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