Porrada naqueles que não fazem nada. Titãs mantém o vigor de 30 anos atrás no show Cabeça dinossauro. Mesmo com a ausência de quatro integrantes que participaram do álbum que é divisor na carreira da banda paulista - Arnaldo Antunes, Nando Reis e Charles Gavin, que saíram da banda com o passar do tempo; Marcelo Frommer, falecido -, o público que esgotou os ingressos do Baile Perfumado cantou e dançou durante 1h40 minutos os sucessos de Cabeça dinossauro (1986), com Branco Mello, Sérgio Britto e Paulo Miklos se revezando nos vocais e instrumentos, Tony Belloto empunhando firme a guitarra e o músico convidado Marcelo Fabre segurando a onda na bateria.
Quem chegou pode desfrutar da nova climatização da casa de espetáculo, que também começou o isolamento acústico para não incomodar os vizinhos, mas tirou a visão do hipódromo do Jockey Club. Mas com a chegada da galera pro show, o calor humano fez com que a temperatura subisse, inclusive em alegria.
O show começou com 15 minutos de atraso, mas o público não estava nem aí. A noite foi aberta com a apresentação da banda Marambaia, de Brasília, pelo projeto Eu Faço Cultura, da Caixa Econômica. Os candangos fizeram uma bela homenagem a Luiz Gonzaga, tocando clássicos do Rei do Baião numa formação de chorinho, mesclando em determinando momento com a batucada. Em seguida inveredou pelo rock com sotaque regionalista, sendo aplaudida por quem já estava esperando os Titãs.
Enquanto técnicos faziam o sound check, o público ia se chegando e curtindo o revival dos anos 80, onde não faltaram músicas de Dire Straits, Rush e Led Zeppekin, Police, Billy Idol, The Cure, entrando em catarse quando começou a tocar Chico Science & Nação Zumbi – um pot-pourri de Da lama ao caos.
Com o público pra lá de aquecido, Titãs entrou em cena às 12h17, com Branco Mello de celular em punho filmando tudo. E tome hits radiofônicos do início ao fim: Cabeça dinossauro, Polícia (com Acorda Maria Bonita de introdução), Porrada, Tô cansado, Igreja, AA UU, Bichos escrotos, Família, O que e Homem primata, passando até por menos cotados, mas superatuais como Dívidas e A face do destruidor. Esgotado o repertório de Cabeça dinossauro, Titãs mandou ainda, entre outras, Flores e A melhor banda de todos os tempos da última semana, chegando para o bis com Sonífera ilha e Marvin.
Quem ainda teve fôlego para ficar para o after hour pode curtir do revival da banda pernambucana Os batatas, com um repertório de rock brasileiro dos anos 1980, que incluía música de Barão Vermelho, Camisa de Vênus, Paralamas do Sucesso, e, claro, Titãs.