A ligação de Dominguinhos com o Recife não se resumia aos vínculos musicais. Quando na cidade, o sanfoneiro frequentava o restaurante Arriégua, ponto de encontro de forrozeiros na Cidade Universitária. Ontem pela manhã, a cadeira de Dominguinhos estava vazia, mas dezenas de amigos e músicos se reuniram para homenageá-lo com missa e cantoria.
Nando Cordel, Petrúcio Amorim, Camarão, Beto Ortiz, Terezinha do Acordeon, Novinho da Paraíba e Israel Filho foram alguns dos que compareceram para prestar um tributo ao amigo e, em muitos casos, parceiro de composições. Após uma missa, celebrada pelo padre Josenildo, seguiu-se uma grande cantoria com a presença de cerca de 40 sanfoneiros.
"Há cerca de oito anos começamos a comemorar o aniversário de Dominguinhos, com a presença dele ou não", conta o proprietário do Arriégua, Luís Ceará. "Ele nunca almoçava com menos de 20 pessoas. Dizia que o almoço daqui fazia mais bem a ele que a quimioterapia", contou Ceará.
O cantor e compositor Nando Cordel, um dos parceiros mais frequentes de Dominguinhos, lembrou de algumas histórias com ele. "Dominguinhos foi o artista que mais gravou músicas minhas. Perdi a conta de quantas composições temos juntos. E quando eu gravava um disco novo e colocava somente uma parceria nossa, ele ligava para reclamar. Mas sempre daquela maneira doce que ele tinha. Era uma pessoa muito especial."