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Personagem de Tangolomango, de Raimundo Carrero, inspira frevo de Rogério Andrade

Single está sendo distribuído gratuitamente e vai ser encartado no romance

Marcelo Pereira e Diogo Guedes
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Marcelo Pereira e Diogo Guedes
Publicado em 26/02/2014 às 8:31
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Single está sendo distribuído gratuitamente e vai ser encartado no romance - FOTO: NE10
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O romance Tangolomango - Ritual das paixões deste mundo, do escritor pernambucano Raimundo Carrero,
ganhou trilha sonora carnavalesca de Rogério Andrade, 65 anos, autor do frevo-canção É Tangolomango,
meu bem, interpretado pela cantora Nena Queiroga. "É a primeira vez que me inspiro em uma obra literária",
diz o compositor, que fez a letra retratando a protagonista Tia Guilhermina, que sai pelas ruas da Boa Vista,
em pleno Carnaval, em direção ao Galo da Madrugada, enquanto ocorrem digressões sobre a sua vida e o
desejo sexual que tem pelo sobrinho Mateus. Numa das cenas mais emblemáticas do romance, lançado no
ano passado, Tia Guilhermina, embriagada, faz um strip-tease em cima da marquise do Cine Trianon. "Eu me
lembrei dos carnavais antigos, da época do corso", comenta Rogério.

"Vou neste Carnaval/ sair com você, meu bem/ Deixar a tristeza de lado/ Fazer o que me convém/ Eu sou
Guilhermina/ Eu sou da alegria/ Do Tangolomango/ Sou da fantasia/ No Galo da Madrugada,/ não dou
trégua pra folia", diz a letra do frevo.

"Eu achei a música muito boa. É bonita, sobretudo quando cantada por Nena Queiroga", avaliou Raimundo
Carrero sobre a adaptação para melodia. "Esse é o primeiro passo para a transformação de Tangolomango
em um musical. Foi lançado um pouco próximo do Carnaval, mas espero que as pessoas possam ouvir e
entoar". Carrero ainda lembra que a canção é uma homenagem a Ariano Suassuna, seu principal mestre
literário e nome celebrado no desfile deste ano do Galo da Madrugada. Segundo o autor, depois da folia de
Momo a gravação vai ser encartada nos exemplares do romance vendidos por aqui.

Rogério Andrade foi companheiro de Jovem Guarda de Raimundo Carrero. Ambos são saxofonistas.
Enquanto Romero toca nos Éforos, Carrero embala os bailes nos Tártaros. Os caminhos se bifurcaram.
Carrero abraçou o jornalismo e a literatura. Rogério chegou a tocar com o Maestro Duda em bailes e teve o
seu conjunto, Ritmo 7, mas as exigências da vida levaram-no a trocar a música pelo trabalho como bancário.
Aposentado, voltou a se dedicar às suas composições.

Vencedor do primeiro concurso Frevança, em 1979, com Carnaval em Bom Jardim, frevo de rua em
homenagem a sua cidade natal, Rogério compõe em vários estilos - do frevo ao jazz e à valsa. Tem mais de
200 obras inéditas e dez gravadas. A mais famosa é Ninguém segura o Sport, frevo-canção que fez para o
Sport (time de coração seu e de Carrero) na conquista do Campeonato Pernambucano de 1975. Outro
frevo conhecido seu é Para, olhe, escute meu frevo, parceria com Dimas Sedícias. Ele também compôs uma
música para a medalhista olímpica Yane Marques, do pentatlo moderno, e outra para a nadadora Joana
Maranhão e os saltadores Keila Costa e Jessé Farias.

O single É Tangolomango, meu bem está sendo distribuído gratuitamente pela Livraria Cultura Nordestina
(Rua Sérgio Magalhães, 54, Graças, por trás do Museu do Estado).

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