mangueboys

Foi de amor que a Nação Zumbi voltou

Com todo o gás, banda lança novo disco com show no Circo Voador, no Rio

Marcelo Pereira
Cadastrado por
Marcelo Pereira
Publicado em 10/05/2014 às 8:44
Marcelo Pereira
Com todo o gás, banda lança novo disco com show no Circo Voador, no Rio - FOTO: Marcelo Pereira
Leitura:

Nação Zumbi se sentiu em casa no primeiro show lançamento do seu novo disco - que leva o nome da banda - no Circo Voador, no Rio. O show começou com o novo hit Cicatriz e terminou com Da Lama ao caos, celebrando os 20 anos de lançamento do primeiro disco por volta das 2h30 da madrugada, com o público ensandecido e pedindo mais. Uma galera em sua maioria jovem, alguns deles, inclusive, devem ter ouvido a Nação Zumbi pela primeira vez nos discos dos pais.

A química entre os músicos da Nação Zumbi está intacta no palco, após a parada de dois anos para projetos pessoais de cada um e oxigenar a relação. A banda está coesa, firme, tocando com a empolgação de sempre, mas com um gás novo. O show alterna momentos incendiários, quando a banda toca seus maiores hits, com outros de uma curtição mais tranquila. Tem 18 músicas – incluindo as duas do bis. São quatro músicas do novo disco – além de Cicatriz, Defeito perfeito, Foi de amor, Bala perdida e Pegando fogo – distribuídas ao longo de uma hora e meia de apresentação.

 

 

Jorge Du Peixe frisou bem a relação entre o recém-lançado Nação Zumbi (segundo disco que leva o nome da banda, o outro foi o de 2002),com Fome de tudo, do qual pinçou quatro (Bossa nostra, Fome de tudo, Inferno e No Olimpo).  Do Nação Zumbi de 2002 entraram a já clássica e incendiária Meu maracatu pesa uma tonelada e a celebrativa Blunt of Judah. De Futura, apenas uma canção já clássica: Hoje, amanhã e depois. E de Rádio S.A.M.B.A. foi pinçada a única música que não é autoral do show: o mega hit Quando a maré encher.

Nação Zumbi não renega o passado. Celebra-o com carinho e respeito. Da fase sob a liderança e o carisma de Chico Science saíram os hits Cidadão do Mundo, Etnia e Manguetown, de Afrociberdelia. E do seminal e sempre atual Da lama ao caos entraram no repertório do show Rios, pontes e overdrives e a faixa-manifesto que dá título ao disco que marca os 20 anos de carreira fonográfica da banda.

No palco, os tambores se fazem mais vibrantes do que no disco recém-saído do forno. O mais recente integrante Tom Rocha (ex-Mundo Livre S/A.) segura na batida grave e marcante das alfaias ao lado do sócio-fundador Gilmar Bola 8 e Gustavo Da Lua, enquanto o sinuoso baixo de Dengue se mostra cada vez mais poderoso e Pupilo comanda a cozinha, temperada ainda pela percussão e atabaques do terreiro musical de Toca Ogan. O único porém do show foi o som, que falhou em alguns momentos, causando microfonia irritante.

Durante o show, os fãs estavam antenados em boas vibrações. Cantaram, pularam, assobiaram, aplaudiram. Muitos queriam que a noite não tivesse fim. Extasiado, o público não se conformava em ir para casa, pedindo mais e mais. Essa energia foi sentida pelos músicos durante o show e quando deixaram o palco. No backstage, o clima era de confraternização e reencontro com amigos e fãs, anônimos querendo tirar fotos, e ilustres como os músicos Bi Ribeiro (Paralamas do Sucesso), B Negão (ex-Planet Hemp), o escritor Xico Sá e o fotógrafo Gilvan Barreto.

 

 

 

 

Últimas notícias