O cantor britânico Cliff Richard negou nesta quinta-feira (14) em um comunicado ser culpado de ter abusado sexualmente de um menor de idade na década de 1980, após a revelação de uma batida policial em um apartamento de sua propriedade em Sunningdale (oeste de Londres).
"Há vários meses, fiquei ciente das acusações de conduta imprópria no passado que circulavam na internet", disse o rock star de 73 anos em um comunicado. "Essas alegações são completamente falsas", acrescentou.
"Até agora, tinha optado por não responder a essas alegações falsas" para não lhes dar qualquer importância, argumentou, "mas a polícia entrou sem aviso prévio no meu apartamento de Berkshire" .
"Eu não estou atualmente no Reino Unido, mas preciso dizer que vou cooperar plenamente com a polícia se ela quiser falar comigo", garantiu.
De acordo com vários relatos da imprensa, o cantor está de férias em Portugal.
"A polícia de South Yorkshire entrou em uma de minhas propriedades de Sunningdale, em Berkshire, e investigadores estão realizando buscas", informou à AFP um porta-voz da polícia, sem dar mais comentários. Os meios de comunicação, incluindo a BBC, afirmam, no entanto, que esta localidade pertence ao cantor Cliff Richard.
"Um mandado de busca foi emitido depois que a polícia recebeu uma denúncia sobre os fatos de natureza sexual que remontam a década de 1980, envolvendo um menino que tinha 16 anos na época", disse a polícia.
"Ninguém foi preso e o proprietário do imóvel não estava presente", indicou a polícia.
Cliff Richard já vendeu cerca de 250 milhões de discos em todo o mundo e foi o primeiro astro do rock a ser enobrecido em 1995 pela rainha Elizabeth II.
Apelidado de "Peter Pan do Pop" por sua aparência jovem, Cliff Richard ficou conhecido com o grupo Cliff Richard and The Shadows. Suas canções mais famosas são "Congratulations", "Devil Woman" e "Living Doll".
Cristão praticante, era conhecido por ficar longe dos roqueiros dissolutos da época, afeitos às drogas, sexo e álcool.
Estas buscas ocorrem num momento em que o Reino Unido tem sido abalado nos últimos anos por vários escândalos sexuais envolvendo personalidades conhecidas, como Jimmy Savile, o ex-apresentador da BBC já falecido que teria cometido centenas de agressões sexuais.
No início de julho, o governo britânico prometeu esclarecer as novas acusações de abuso sexual infantil desta vez envolvendo deputados e líderes políticos durante os anos 80 e 90.