Sabe aquele show da sua banda predileta ou aquele mega festival que você não pode ir porque é muito longe ou porque a grana tá curta? Talvez tenha uma solução “caseira” para o seu dilema. É cada mais maior o número de bandas e produtoras que utilizam a internet para realizar shows ao vivo, possibilitando que seus fãs possam conferir a apresentação, mesmo de longe, através das telas dos computadores, tablets e até mesmo smartphones.
Nomes como Gilberto Gil, Titãs, Nando Reis, Foo Fighters, Wilco, Foster the People, Beady Eye, Coldplay, LCD Soundsystem e festivais de grande porte como Lollapalooza, Coachella, Glastonbury, Planeta Terra e Rock in Rio, entram nesta relação. Em Pernambuco, o Abril Pro Rock e o Festival de Inverno de Garanhuns já aderiram à tendência. Para funcionar corretamente e as imagens serem transmitidas em tempo real, as plataformas utilizadas são muitas: ZoeWeb, Vevo, Livestream, Twitcam, etc. O próprio Google disponibilizou as transmissões em live stream, no canal Live, do Youtube, através de parcerias com outros canais.
A Trama Virtual, um dos maiores acervos virtuais da música independente, foi pioneira no formato de webcast no Brasil, numa época em que o Facebook e Soundcloud – principais ferramentas de divulgação de artistas independentes na atualidade – não eram tão populares. Em 2009, o site já divulgava artistas através de transmissão de shows ao vivo, formato que depois convergiu na TV Trama, funcionando até o ano passado, quando o portal encerrou as atividades.
Exemplo mais recente do sucesso das transmissões na rede é o programa Showlivre. A lista de nomes que já passaram pelo Estúdio Showlivre é grande e eclética, contando com artistas como Guizado, Zeca Baleiro, Sepultura, Pitty, Mato Seco, entre muitos outros. O melhor é que é possível se programar para assistir aos shows da web: há uma extensa agenda de artistas e grupos que irão passar no web show. Uma característica interessante deste e de outros programas é que, após a exibição dos espetáculo on-line, o show é editado e pode ser conferido, na íntegra ou por faixas, no próprio site.
O formato consegue ser tão abrangente que atinge até ações publicitárias, como o Concurso Bis Pro Rock, que selecionou uma das atrações do Abril Pro Rock de 2011 entre bandas independentes de Salvador, Recife e Fortaleza. Em uma das fases do concurso, os grupos realizaram show via Twitcam, enquanto uma comissão avaliava a apresentação, em tempo real. O próprio festival passou a utilizar as transmissões em suas edições.
O estudante de Design Vitor Lins costuma a assistir a festivais internacionais, como o Lollapalooza e o Coachella, através de live stream e se diz satisfeito com a praticidade da plataforma. “Além de não gastar nada, em casa dá pra ver o rosto do artista, no conforto da cadeira. E, no fim do show, ainda rola um replay”, conta. Mas ele também ressalta que, apesar do conforto, a relação espectador-artista não é a mesma: “Apesar de parecer um DVD e dar para sentir a energia do local, a experiência estar no evento no não tem comparação”, completa.
Há ainda sites e portais que realizam a transmissão por demanda ou parcerias. Este ano, em uma parceria com a Vevo, o Itaú Uniclass lançou a inciativa Itaú Uniclass Top 5 para divulgar uma séries de serviços através de uma plataforma de comunicação digital com aplicativos e um festival de músicas com streaming ao vivo de shows das bandas Jota Quest, Titãs, Paralamas do Sucesso, além de Frejat e Nando Reis.
Já o Fábrica Estúdio, em parceria com a Jaraguá Produções, seguiu por outro caminho. Com projeto aprovado pelo Funcultura, o estúdio criou o programa Ao vivo na Várzea, inicialmente idealizado para a televisão, mas que também pretende realizar exibições na web. Nesse caso, não se trata de transmissão em live stream, mas a exibição online de shows gravados ao vivo, no estúdio. Mombojó, Orquestra Contemporânea de Olinda, Eddie e Mundo Livre são alguns dos nomes que entraram na primeira leva do programa.
