Desencanada. Um adjetivo-gíria pertinente para a cantora Joss Stone, que apresenta às 21h de hoje no Chevrolet Hall, em Olinda, a última parada brasileira da turnê Total world tour. Passados os primeiros anos de sua carreira, quando seu perfil angelical ainda contrastava com sua voz potente a la Aretha Franklin, a cantora retorna às terras canarinhas com os pés descalços e a bandeira do Brasil nas mãos – tal como fez em São Paulo, no show da última quarta. A diva britânica do soul ainda não arrisca o português, mas, com a apresentação de hoje, ela completa 13 shows no Brasil. Desde 2008, ela faz pelo menos um por ano no País.
As andanças de Joss Stone fazem jus ao nome da sua turnê. A Total world tour tem duração de três anos, com passagens por 204 países. O motivo? Segundo a cantora, é para aprender com as pessoas nos seus diferentes contextos. No concerto que fez no Luna Park, Argentina, pedindo desculpas pelo seu raso espanhol, ela entoou a música eternizada na voz de Evita Perón, Don’t cry for me, Argentina. No mesmo show, Joss apresentou várias canções inéditas de teor jamaicano como Water for your soul, Molly town, Wake up y love me, trazendo ainda mais para junto de si e dos fãs a negritude de sua voz. A cadência do reggae deve estar presente em seu novo álbum, Water for your soul, o que condiz com seu atual estilo neo-hippie descolado.
No Peru, a cantora participou de um intercâmbio cultural com músicos nativos em Lima. “A energia positiva certamente foi fluindo. Eles viajaram por todo o caminho de Cusco para se juntar a nós, que é mais de 20 horas em um ônibus. “Estamos tão felizes com esta viagem que é como se fosse uma grande colaboração.”, postou no Facebook. Caloroso e acolhedor, o público presente na apresentação em frente à uma antiga pirâmide em Huaca Pucllana emocionou a cantora.
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Percebe-se na Fan Page de Joss Stone a leveza com a qual ela vem conduzindo sua relação com os fãs. Bem-humorada, ela desfia, inclusive, sobre temas polêmicos nas redes sociais, como numa postagem defendendo o uso medicinal da cannabis sativa (maconha), na qual pede aos fãs que compartilhe, depois de enumerar as doenças que pode ajudar a tratar.
Enquanto circulam comentários acerca da proibição da mãe da cantora Taylor Swift da filha vir a um país de 3º mundo como o Brasil, a festiva Joss Stone descalça os pés para caminhar no palco e pelo mundo, compartilhando suas experiências, a alma em festa.