Com o delicado e poético espetáculo Porcelana, a cantora carioca Alaíde Costa e o cantor e compositor pernambucano Gonzaga Leal abriram nesta quinta-feira a programação oficial do 25º Festival de Inverno de Garanhuns. Intimista e bem conduzido, o show conquistou a plateia que lotou o teatro Luiz Souto Dourado, na antiga estação de trem da cidade.
Ao longo da apresentação de cerca de duas horas, os cantores se revezaram ao microfone e terçaram vozes interpretando canções e temas clássicos de Capiba, Vinìcius de Moraes, Tom Jobim e Heitor Villa-Lobos. Durante o show, a atriz Ceronha Pontes fez interferências lendo trechos do romance Rios Turvos, escrito por Luzilá Gonçalves, homenageada este ano do festival.
O espetáculo é uma prévia do disco que será lançado em breve pelos dois músicos. “Para mim, é uma honra participar do FIG ao lado de Alaíde. Não é todo mundo que completa 50 anos de carreira, com essa integridade e lucidez a respeito de seu ofício. Alaíde já dialogou com Tom Jobim, João Gilberto, Vinícius de Moraes, Johnny Alf, João Donato, só para citar como exemplos, e vamos presentear o público pernambucano, no FIG, com a presença dessa artista que teve o privilégio de atravessar pelo menos meio século do que se produziu na música popular brasileira", disse Gonzaga.
Antes do show, o governador Paulo Câmara conduziu a cerimônia de abertura, mas não pôde ficar para o espetáculo porque tem uma viagem oficial para o Piauí na manhã do sábado. "Durante dez dias, Garanhuns vira a capital de Pernambuco", discursou.
Os produtores do festival foram surpreendidos com a notícia da morte do pai do cantor Lenine, escalado para fechar a noite do sábado no FIG. Aos 93 anos, seu Geraldo Pimentel faleceu nesta quinta-feira. As causas ainda não foram divulgadas. A produção do cantor ainda não confirmou se ele manterá o show de sábado.