Comedida com as palavras e o gestual como se ainda fosse primeira-dama da França, Carla Bruni, 47, ofereceu aos paulistanos um show suave, que contou com duas canções brasileiras.
A primeira, "Eu Sei que Vou te Amar" (de Tom Jobim e Vinicius de Moraes), Bruni cantou em italiano, sentada no chão. A segunda, "Águas de Março" (Tom Jobim), quase toda em francês, mas com um arremate em português do trecho "é pau, é pedra" -aplaudidíssimo pelo público do Teatro Bradesco. "É uma das canções mais lindas que já fizeram", completou.
A produção da cantora fez restrições para entrevistas com a cantora e para fotografar o espetáculo -por isso, a reportagem não a entrevistou.
Com um sorriso diplomático e a voz sempre baixa, Bruni fez agradecimentos em português e explicou os temas das canções. "Agora outra de amor", dizia, fazendo o público rir da falta de variedade dos temas.
Ao marido, Nicolas Sarkozy, que a aplaudia de modo efusivo desde um dos camarotes, Bruni dedicou a canção que compôs para ele, "Mon Raymond".
"Como todo mundo o conhece, decidi mudar o nome dele", explicou, enquanto Sarkozy tentava escapar do foco das câmeras que miravam desde o andar debaixo.
Um dos versos da música diz: "Ainda que ele use uma gravata, meu Raymond é um pirata". Bruni contou que, desde que lançou a canção, a família toda de Sarkozy agora o chama apenas de "Raymond", "até mesmo seus filhos".
A base para o espetáculo foi o quarto álbum de estúdio da cantora, "Little French Songs" (2013). Entre as canções, Bruni falou do efeito que a música francesa tinha para ela, durante sua infância, na Itália.
A ex-primeira-dama esteve acompanhada por um duo de músicos, Cyril Barbessol, ao piano e nos sopros, e Taofik Farah, nas cordas. Em algumas faixas, ela os acompanhou ao violão.
O ponto em que o público mais reagiu foi, inevitavelmente, "Quelqu'un M'a Dit", que esteve na trilha sonora da novela "Império".
O breve bis teve uma boa surpresa, "Hallelujah", de Leonard Cohen.