De novo, uma nova grita pelos cachês atrasados. Ontem, uma postagem numa rede social do músico Fabio Trummer Aleixo, homem de frente da banda Eddie, reclamando dos cachês atrasados da Prefeitura do Recife e do Governo do Estado de Pernambucano, deu início a uma onda de reclamações entre a classe artística que prestou serviços no Carnaval e ainda não recebeu os pagamentos acordados.
“O que não podemos entender é que, pelo sistema de contratação por empenho, o governo só pode contratar os artistas com o pagamento depositado numa conta. Falta a justiça e administração. Só podemos creditar isso ao fato de o dinheiro ser usado de outra forma. E isso não é algo desse governo ou de outro, há 15 anos a história se repete”, diz o cantor.
Integrante de bandas como a própria Eddie, Academia da Berlinda e Malícia Champion, o músico Alexandre “Urea” foi outro a protestar. “Lá se vai mais uma semana útil somada aos seis meses passados do não pagamento dos cachês do carnaval 2015. Prejudicando os músicos, assistentes de produção, diretores de palcos, roads, técnicos de P.A e monitor, sistema de som, palcos, iluminação, e outros também envolvidos para fazer a folia acontecer, empresas de transportes que levam as bandas para os locais que dependem dos pagamentos dos artista para receber suas diárias...”, disse.
Por meio de sua assessoria de comunicação, a Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) informou que está fazendo um levantamento mais detalhado dos cachês ainda pendentes e que pretender zerar as dívidas contratuais com os artistas até o final do mês.
Por meio de nota oficial, a Fundação de Cultura Cidade do Recife informa que os processos de pagamento de cachês do Carnaval que ainda não foram pagos são os que tiveram algum tipo de problema na comprovação da apresentação e/ou documentação. Diz a nota que, das 3.071 apresentações do Ciclo Carnavalesco 2015, 383 ainda não tiveram o processo de pagamento finalizado.
“Essa é outra distorção. Se eles tem um diretor de palco e uma equipe lá, como é que tem caber ao artista comprovar que de fato se apresentou?”, questiona Fábio Trummer. A assessoria de comunicação da Fundação de Cultura da Cidade do Recife informa que a comprovação é uma exigência da atual legislação e que uma comissão está elaborando propostas de alteração da lei.
Na Assembleia Legislativa, tramita um projeto de lei de autoria do deputado Edilson Silva ), cujo artigo primeiro prevê que o pagamento a artistas contratados pela “Administração Pública Direta e Indireta’, estaduais ou municipais, deverão ter os pagamentos feitos em até 30 dias.