POLÍTICO E LIBERTÁRIO

Karina Buhr vai de porrada sonora e poética em Selvática

Com 11 músicas, terceiro disco solo de Karina Buhr é divulgado nesta terça (29), trazendo um preciso discurso libertário

Alef Pontes
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Alef Pontes
Publicado em 29/09/2015 às 5:28
Priscilla Buhr/Divulgação
Com 11 músicas, terceiro disco solo de Karina Buhr é divulgado nesta terça (29), trazendo um preciso discurso libertário - FOTO: Priscilla Buhr/Divulgação
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Incisivo, ágil e voraz. Assim é Selvática, o álbum-monstro que a cantora Karina Buhr libera nesta terça (29), para atacar nossos ouvidos e mentes. Com 11 faixas e muito preciso em seu discurso poético e libertário, o trabalho é guiado pela batida do punk-rock e temática feminista. O show de lançamento ocorre no fim de semana, em duas noites de shows, sexta e sábado, no Sesc Pompeia, em São Paulo.

Segundo a cantora, a inspiração para título veio de um trecho da Bíblia, mais especificamente do livro Gênesis. “Eu gosto muito da Bíblia, como fábula, por suas coisas espetaculares e também pelo lado histórico. Eu acho muito interessante a forma como as mulheres são tratadas ali, sempre marcadas pela traição e pelo pecado ou feitas para servir ao homem”, revela.

A partir do texto, a artista começou a fazer uma relação entre os animais selvagens presentes ali e esse tratamento em relação às mulheres. “É um livro que guia parte da sociedade. E, dessa relação, eu comecei a pensar nas mulheres como selváticas”, revela.

Com a pegada punk marcante em quase todas as faixas – o peso aqui não está apenas nas letras de mensagens fortes –, o disco é uma lapada na moleira e no ego de todos nós, que desconstruímos e reconstruímos nossos conceitos diariamente.

Além do viés feminista anunciado no single Eu Sou Um Monstro (divulgada anteriormente no Facebook), na faixa título e músicas como Pic Nic e Esôfago, o álbum traz críticas a especulação imobiliária, nos versos de Cerca de Prédio.

"Não te reconheço/ minha cidade/ Não deixe/ não se abandone/ com promessa de felicidade" diz trecho da letra.

Mas também reserva momentos de doçura, com declarações em músicas como Desperdiço-te-me. “Eu gosto de muitos tipos diferentes de música, e isso de reflete na música que eu faço. Às vezes alguém compra o álbum achando que é porrada e tem uma coisa mais doce, ou o inverso. Eu sempre tive isso, e vou ter sempre”, brinca. 

Confira a matéria completa no Jornal do Commercio desta terça (29).

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