PRÉVIA

Show de Sondre Lerche esquenta para o Coquetel Molotov

Além do norueguês, tocou neste sábado (10), na Rouge Casa Forte, o cantor e compositor Fred 04

Karol Pacheco
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Karol Pacheco
Publicado em 11/10/2015 às 18:40
Hannah Carvalho/Divulgação
Além do norueguês, tocou neste sábado (10), na Rouge Casa Forte, o cantor e compositor Fred 04 - FOTO: Hannah Carvalho/Divulgação
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O festival No Ar Coquetel Molotov apostou em uma série de festas e shows durante este mês, antecedendo o dia oficial do evento, marcado para o dia 31, na Coudelaria Souza Leão. Entre as prévias, aconteceu, neste sábado (10), o que a produção chamou de Drops – um aperitivo musical coerente com a proposta curatorial do No Ar. Na Creperia Rouge, se apresentaram então, o pernambucano Fred 04 e o norueguês Sondre Lerche.

ZeroQuatro em voz e violão; cara e coragem para apresentar, sozinho, seu projeto Sonofabit. No espaço para shows da Rouge (por detrás da Creperia), boa parte da plateia sentou no chão para ouvir o que Fred tinha a cantar; outra grande parte, em pé e na fila para comprar bebidas, sustentou o burburinho simultaneamente à música.

Frente a isso, o frontman da Mundo Livre S/A mostrou um som minimalista e aliterado; apresentando por vezes as histórias em torno das músicas – a exemplo da canção Triângulo de Pascal – bem como suas pesquisas afetivas e experimentais. Se “o essencial da arte é exprimir; aquilo que se exprime não interessa”, como disse o poeta português Fernando Pessoa, Fred parecia, de fato, bem interessado nos próprios processos criativos. Sonofabit tem tanto o suíngue brasileiro característico da sonoridade do autor quanto um pezinho no rock progressivo, também ancorado na psicodelia de Syd Barrett (membro-fundador do Pinky Floyd) e no violeiro baiano Elomar.

Tendo ZeroQuatro como um de seus fãs, Sondre Lerche subiu ao palco intimista da Rouge acompanhado de um baterista, chamando, para ambos, a atenção até do mais distraído presente. Havia muitos fãs do norueguês, e por conseguinte muito coro nas músicas. A primeira delas, a compassada Lucifer, teve Fred como o principal entusiasta. Ao contrário do show anterior, todos agora estavam de pé – os da frente privilegiados. Mais atrás, algumas pessoas subiram em banquinho e cadeiras para poder assistir a apresentação, com a visão um pouco prejudicada devido ao pilar disfarçado de árvore no meio do salão.

Lerche estava cheio de energia e com trabalho fresco: está no Brasil em virtude do seu show no Popload Festival, turnê do disco Please, de 2014. A presença do músico no line-up do Coquetel Molotov oxigenou uma linha de curadoria do festival que há anos contempla a música escandinava: a chamada Invasão Sueca, que já trouxe nomes como Peter Bjorn and John (Suécia) e Teenage Fanclub (Escócia). 

“Baby it's a bad, bad law” (bebê, é uma má, má lei) foram versos de uma das últimas músicas, Bad Law, cuja história lembra certa afirmação de Michel de Montaigne, ecoada por Virgínia Woolf em ensaio: “Não há nada tão profundamente, tão extensamente imperfeito quanto as leis: nem tão frequentemente.”

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