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Legado de Renato Russo volta a ser objeto de disputa

Filho do cantor, Giuliano Manfredini, travou uma disputa com os músicos Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá, da Legião Urbana

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Publicado em 30/10/2015 às 8:08
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Filho do cantor, Giuliano Manfredini, travou uma disputa com os músicos Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá, da Legião Urbana - FOTO: Foto: divulgação
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Giuliano Manfredini, herdeiro e filho único de Renato Russo, tem nas mãos o peso da história. Aos 26 anos, o administrador dos direitos autorais deixados pelo líder da Legião Urbana, morto em 1996, fala com promessas de devoto. "Eu vou olhar pela obra do meu pai até o meu último dia de vida."

Seu nome saiu dos bastidores semana passada para ressurgir no front de um tiroteio. Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá, guitarrista e baterista remanescentes da Legião, estavam com um box pronto para ser lançado. Uma caixa que traria o CD da Legião de 1985, o primeiro do grupo, e outro com material inédito, sobras de estúdio e uma canção chamada 1977, que a Legião jamais gravou e que daria origem a outras duas músicas, Fábrica e Tempo Perdido. A canção 1977, então, se tornou objeto de disputa.

Manfredini diz que a música foi feita apenas por seu pai, sem participação dos outros integrantes. "Eu tenho como provar, e essas provas serão usadas na Justiça, já que o Dado está me ameaçando de processo", diz. Sendo assim, os direitos autorais seriam apenas do próprio herdeiro.

Dado e Bonfá não concordam. Divulgaram um documento com a letra da música carimbada pelo antigo departamento de censura da Polícia Federal que mostra o nome dos três como autores. Na quinta-feira, 29, a reportagem tentou ouvir Dado, sempre mais citado na entrevista por Giuliano. Informado de que o filho de Renato disse ter provas da autoria solo de seu pai a respeito de 1977, apenas respondeu, por meio de sua assessoria de imprensa, que vai esperar que ele mostre as provas que tem primeiro. 

Giuliano Manfredini veio até a redação do jornal O Estado de S. Paulo na tarde de quinta, para falar sobre o assunto ao jornal e à Rádio Estadão. Acusou novamente os outros integrantes do grupo de tentarem se apropriar indevidamente da canção, falou sobre outros projetos que envolvem o nome de seu pai, disse que ainda tem muito material inédito a ser conhecido e deu sua opinião sobre a atual temporada de shows que Dado e Marcelo Bonfá fazem pelo Brasil com o vocalista André Frateschi como forma de homenagear a Legião Urbana.

Qual sua opinião sobre os shows que Dado e Bonfá fazem com o repertório da Legião?

Olha... (longa pausa). Eu nunca tive qualquer objeção com relação a eles tocarem Legião Urbana, fazerem turnês... Minha política é de fomento. Quanto mais se toca a obra do meu pai, melhor. Mas tem uma coisa, eu não acho que exista Legião Urbana sem Renato Russo.

Mas eles dizem que não estão substituindo Renato nem retomando a Legião.

Se quisessem mesmo fazer dessa forma, apenas deveriam deixar isso mais claro. Uma hora dizem que é uma coisa, outra dizem que é a volta da Legião com um vocalista substituindo Renato. Acho que é preciso ser mais sincero.

O que achou da experiência com o Wagner Moura (em 2012, Wagner cantou com Dado e Bonfá em show da MTV)?

Como falei, Legião Urbana sem Renato não existe.

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