Os arranjos são minimalistas, a voz de Felipe Antunes, vocalista do Vitrola Sintética, parece escorregar pela harmonia de violões dedilhados, acordes espaços de guitarra, baixo e bateria em sinergia quase cardíaca. Sintético, terceiro álbum da trupe formada ainda por Otavio Carvalho (baixo) e Rodrigo Fuji (guitarrista), surgiu surpreendentemente na lista de indicados para o Grammy Latino, cuja cerimônia será realizada nesta quinta-feira (19/11), em Las Vegas.
Concorrem na categoria de artista revelação, ao lado da também brasileira Tulipa Ruiz, os mexicanos Kaay, Matisse e Vázquez Sounds, o cubano Iván "Melón" Lewis, a venezuelana Manu Manzo, a colombiana Monsieur Periné, a argentina Julieta Rada e a porto-riquenha Raquel Sofía. O grupo paulistano também está indicado para a categoria de melhor engenharia de som. Vitrola Sintética e Tulipa Ruiz são os únicos artistas nacionais a disputar uma das principais categorias da premiação, cujo homenageado desta edição será Djavan. Roberto Carlos receberá o prêmio de personalidade do ano.
Banda independente que custeou sozinha a gravação e lançamento do disco, o Vitrola se juntou com a rede de hostels Worldpackers e viajou pelos Estados Unidos trocando hospedagem por shows. Por lá, eles passarão 10 dias. No papo com a reportagem, eles já haviam passado por San Diego, Big Bear Lake e estavam em Las Vegas.
"Agora, queremos fazer isso no Brasil também", afirmou Otávio. A banda, quando voltar ao País, terá chance de aproveitar o crescimento da fama e tocará no Sesc Ipiranga (São Paulo), no dia 5 de dezembro. "Hoje, temos mais facilidade para trabalhar", disse Felipe. "É uma abertura que se inicia e há uma boa perspectiva, a longo prazo, para a música independente."