Começa nesta quarta-feira (9) o Virtuosi Século XXI, antedecedendo a programação da 18ª edição do festival Virtuosi, refêrencia da música clássica no Recife. O evento segue até a quinta-feira e traz um olhar dedicado à produção erudita contemporânea.Pela manhã e à tarde, serão realizadas palestras e masterclasses no Instituto JCPM, que funciona no Shopping RioMar. À noite, haverá concertos no Teatro Eva Herz. A programação é inteiramente gratuita.
Os paraibanos do Iamaká abrem os shows amanhã, às 19h30, no teatro (dentro da Livraria Cultura do RioMar). O grupo é formado por docentes, estudantes e egressos da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e dedica-se ao repertório de obras renascentistas e contemporâneas. A banda apresentará o espetáculo Stella Splenders, mini-oratório profano composto pelo maestro Eli-Eri Moura, um dos integrantes do grupo.
Na quinta-feira, a partir das 18h, sobem ao palco o violonista carioca Daniel Murray e violista recifense radicado na Dinamarca Rafael Altino. Começam amanhã também as palestras com o compositor húngaro Dániel Péter Biró e os brasileiros Flo Menezes, Alfredo Barros, José Orlando, Eli-Eri Moura e Pauxy Gentil-Nunes. As inscrições podem ser feitas pelo site www.virtuosi.com.br/inscricoes.
RAFAEL ALTINO EM DIÁLOGO CONTEMPORÂNEO
Na quinta-feira, Rafael Altino fará o show de lançamento de Viola a Rafael, seu disco de estreia. Apesar de ser seu primeiro registro, o pernambucano já é um músico experiente. Começou a tocar piano aos 9 anos, com seu pai (e diretor artístico das gravações) Rafael Garcia, e formou-se no mestrado da prestigiada Juilliard School Of Music (Nova Iorque).
"Eu estudava violino e estava preste a fazer a minha prova para entrar no New England Convervatory quando a minha professora Marylou Churchill, segundo violino principal da Boston Symphony, achava que o meu temperamento, sonoridade, tamanho e mão era para uma viola. Ela acabou me preparando para fazer adição com os dois instrumentos para ganhar uma bolsa pro New England e acabei ganhando uma bolsa maior para estudar viola. Demorei ainda um ano para me convencer que era esse o meu instrumento", conta Rafael, atualmente em sua 18ª temporada como violista principal da Orquestra Sinfônica de Odense, na Dinamarca.
Com um olhar voltado para o Nordeste e o contemporâneo, o álbum registra seis peças de compositores da região. Rafael aborda um repertório diferenciado e experimental, explorando tessituras extremas de seu instrumentio.Seresta Para Viola e Piano, escrita por Liduino Pitombeira e gravada em parceria com Ana Lúcia Altino, por exemplo, é dividida em dois momentos que se dedicam ao aboio e ao batuque, com climas densos e atonais.
Destaca-se também a abstração radical e tecnológica de vj'o.la, peça de Henrique Vaz para 43 violas, piezos e micromotores de rotação excêntrica.O disco apresenta Rafael como uma personalidade imponente e de alta subjetividade na interpretação da música contemporânea.
PROGRAMAÇÃO COMPLETA VIRTUOSI SÉCULO XXI:
Palestras | Instituto JCPM:
