Depois de lutar durante sete meses contra um câncer de pulmão, Naná Vasconcelos não resistiu a uma parada respiratória e morreu às 7h39 desta quarta-feira (9), aos 71 anos. O percussionista pernambucano começou a ser conhecido nacionalmente na década de 1960 e recebeu oito Grammys, um dos maiores prêmios de música do mundo.
O corpo do músico vai ser velado na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), na Boa Vista, área central do Recife, a partir das 14h desta quarta-feira (9). O enterro será na quinta-feira (10), às 10h, no cemitério de Santo Amaro.
Diversos artistas já publicam homenagens ao percussionista nas redes sociais. Alguns lembram de momentos que tiveram ao lado do artista e outros comentam a importância dele para a música. "Obrigada por tudo mestre Naná. Paz e vamos em frente", escreveu Silvério Pessoa. A morte de Naná Vasconcelos também foi lamentada pelos gestores de Pernambuco e Recife.
O percussionista Naná Vasconcelos ficou marcado na memória do pernambucano como o mestre dos mestres dos maracatus, que durante 15 anos comandou a abertura do Carnaval do Recife, levando 400 batuqueiros para o Marco Zero.
Juvenal de Holanda Vasconcelos, olindense de Sítio Novo, começou a vida de músico ainda de calças curtas, tocando na noite com o pai, manejando as maracas e um bongô, numa época em que nos cabarés e gafieiras dançava-se merengues, boleros, mambos, cha-cha-chas, ritmos caribenhos em geral.
Como fazia há 15 anos, Naná Vasconcelos abriu a folia no Recife, com um grupo de centenas de percussionistas sob seu comando. Ele também participou da 21ª edição do Rec-Beat durante o Carnaval.
O percussionista pernambucano Naná Vasconcelos foi um dos autores da trilha sonora da animação O Menino e o Mundo, do diretor paulista Alê Abreu, o único filme brasileiro que concorreu ao Oscar 2016.
Em maio do ano passado, o músico apresentou seu novo álbum, 4 elementos, com uma audição aberta ao público no Teatro Apolo.
Em dezembro de 2015, Naná recebeu, na Universidade Federal Rural de Pernambuco, o título de doutor Honoris Causa, iniciativa do Núcleo de Estudos Afro Brasileiros (Neab/UFRPE), o Conselho Universitário homologou a Resolução 228/2015, do Conselho de Ensino Pesquisa e Extensão (Cepe).