Ela tem apenas 20 anos e está no início da carreira de cantora. Mas suas canções estão na boca de qualquer pessoa que gosta de sertanejo universitário. Quer um exemplo? “Cuida bem dela / Você não vai conhecer alguém melhor que ela...”, ou ainda: “Calma, a sua insegurança não te leva a nada...”. Esses sucessos já consagrados nas vozes de Henrique & Juliano e Jorge & Mateus, respectivamente, são algumas das canções escritas por esta goianiense que agora encara as plateias, mostrando que tem voz e vez no mercado musical. Marília Mendonça é uma das principais atrações da Semana Santa em Gravatá.
JORNAL DO COMMERCIO – O seu primeiro contato com a música foi nas igrejas. O que despertou primeiro: a vontade de cantar ou de compor?
MARÍLIA MENDONÇA – Foram as histórias que fui vivendo mesmo e me levaram a escrever. Era uma forma de colocar pra fora também sentimentos que estavam em mim e com os quais muitas pessoas se identificavam.
JC – O sertanejo pulsa forte nas suas canções. Quem são suas inspirações musicais nesse gênero?
MARÍLIA – Eu tenho muitas referências, mas confesso que quando comecei eu ouvia mais MPB e pop-rock como Maria Gadu, Ana Carolina e Jota Quest.
JC – Você está entrando num mercado pouco explorado no meio musical, que é o das cantoras sertanejas. Você se torna novata no meio de nomes como Inezita Barroso, As Irmãs Galvão, Roberta Miranda, Sula Miranda e, mais recentemente, Paula Fernandes, Maria Cecília (da dupla com Rodolfo) e Thaeme (da dupla com Thiago). Qual a responsabilidade em ser a mais nova voz feminina do sertanejo?
MARÍLIA – Muita responsabilidade. Tento ser verdadeira e retribuir o carinho dos fãs, que tem sido maravilhoso. Acho que ainda não caí na real. São muitas mulheres boas surgindo junto comigo e fico feliz. Hoje o foco do mercado é misto.
JC – Antes de subir aos palcos como cantora, você já fazia o público cantar há muito tempo as suas composições, conhecidas nas vozes de Henrique e Juliano, Jorge e Mateus, Cristiano Araújo, entre outros. Esse foi o impulso que a levou a querer assumir os microfones?
MARÍLIA – Posso dizer que contribuiu bastante. Passei a me interessar mais e vi que podia ser compositora e cantora. Também tive a ajuda de muitos dos artistas para os quais eu já enviava minhas composições.
JC – Sua sonoridade sertaneja se aproxima mais do que chamamos de “universitário”. Qual a sua afinidade com o “sertanejo de raiz”, das modas de viola? É possível encontrar essa vertente de alguma forma no seu trabalho?
MARÍLIA – Se aproxima sim, porém eu canto umas músicas mais sofridas e muitos me chamam até de cantora de sofrência.
JC – Seu trabalho solo abre um canal para a voz feminina nas letras de sertanejo universitário. Como tem sido a receptividade das mulheres? Elas se identificam com o que você diz? O que você procura passar a elas com suas músicas?
MARÍLIA – Elas me recebem como amigas (risos) e isso é engraçado, pois há uma identificação mesmo. Sou muito bem recebida e vejo em cada rosto que elas se identificam de verdade comigo e aprovam minhas letras.
JC – Qual a música que não é sua, mas gostaria muito de ter composto e por quê?
MARÍLIA – Poxa, que pergunta complicada! Acho que tem tantas músicas que gostaria de ter escrito, não consigo dizer uma agora.
JC – Você tem um projeto paralelo que se chama A Festa das Patroas, com a dupla Maiara & Maraísa, que tem feito sucesso nas redes sociais. Pode falar um pouco sobre ele?
MARÍLIA – Claro! É um projeto que tem tido muita dedicação minha e das meninas, como se fosse um momento de liberdade das mulheres. Na verdade, é uma festa em celebração a nossa igualdade, ao nosso espaço, temos os mesmos direitos.
JC – Qual é o público que curte Marília Mendonça atualmente?
MARÍLIA – Mulheres, homens, casais que se amam, pessoas que se separaram. Não tem um público só. Claro que as mulheres se identificam mais, mas acho legal que nos shows tem gente de todas as idades também.
JC – Qual a expectativa de fazer um show de grande porte em Pernambuco, nesta Semana Santa, em Gravatá, como atração principal?
MARÍLIA – Estou muito ansiosa do fundo do meu coração. Eu amo este lugar (Pernambuco), as pessoas me tratam muito bem e pelas redes sociais já senti o calor. Será um encontro maravilhoso.
SERVIÇO
Marília Mendonça, Amigos Sertanejos, John Geração e DJ Victor Neiva
Nesta sexta-feira (25), a partir das 21h, no Clube Cohata (Rua Eugênio Cardoso Fonte, 12.
Ingressos: R$40
Informações: (81) 3314-7078