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Deerhoof faz shows em Recife, São Paulo e Minas Gerais em outubro

Cultuada banda californiana apresenta o álbum 'The Magic', gravado em um escritório abandonado no deserto do Novo México

GGabriel Albuquerque
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GGabriel Albuquerque
Publicado em 13/09/2016 às 5:37
Foto: Sarah Cass/ Divulgação
Cultuada banda californiana apresenta o álbum 'The Magic', gravado em um escritório abandonado no deserto do Novo México - FOTO: Foto: Sarah Cass/ Divulgação
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Formada em meados dos anos 1990 na Califórnia, o Deerhoof consolidou um vocabulário musical próprio, transitando entre um punk rock de ímpeto errático e uma verve pop minimalista e barulhenta. Em outubro, a banda faz a sua primeira turnê no Brasil com três apresentações: em São Paulo (no dia 20) e no festival Coquetel Molotov de Minas Gerais (dia 15) e do Recife (22), que anuncia hoje a sua programação completa.

Citado como influência por nomes como Xiu Xiu e Stereolab, o Deerhoof traz ao País a turnê de The Magic (Polyvinyl Records), seu recém-lançado 15º álbum de estúdio. O disco marca um retorno aos sons crus e ásperos dos trabalhos iniciais da banda, a começar pelo processo de criação. Deixando os estúdios de lado, a banda alugou um escritório abandonado no meio do deserto do Novo México. Passaram sete dias confinados, tocando no volume máximo. 

Ao gravar La Isla Bonita (2014), seu disco anterior, o baterista Greg Saurnier comentou em entrevista à DIY Magazine que a intenção era “fazer o álbum mais polido possível”. Nesse sentido, The Magic é quase o oposto, carregado de riffs agressivos e ruidosos, responsáveis por arquiter canções como Dispossessor, That Ain’t No Life To Me e Kafe Mania!.

Mas o guitarrista John Dieterich ainda nota relações entre os dois trabalhos. “Acho que Isla Bonita não era de todo ‘polido’, mas o foi considerando dentro do quão ‘ásperas’ foram as próprias gravações. Eram só alguns microfones no porão de Ed [guitarrista], sem nenhuma intenção de fazer qualquer coisa”, comenta em entrevista ao JC. “Com o Magic pelo menos nós gravamos com a intenção de fazer um disco. Eu acho que eles foram ambos igualmente do tipo ‘faça você mesmo”. 

No texto de apresentação do álbum, o baterista Greg Saunier aponta que The Magic vem no rastro “do que nós gostavamos quando éramos crianças, quando a música era algo mágico. Antes de saber sobre a indústria e antes de existir regras”.

Por outro lado, John tem uma visão mais solar. Na estrada há mais de vinte anos, ele diz que a rotina de uma grande banda “é muito divertida, na verdade”. “A estrada pode se tornar cansativa, com certeza, mas contanto que você faça algumas pausas de vez em quando, é uma ótima maneira de viver. Nós todos amamos fazer discos e turnês, é por isso que nós começamos a tocar em primeiro lugar”, afirma. E acrescenta: “A razão pela qual nós usamos o escritório é porque era barato! Não existe nenhuma outra razão. E soou bem”.

Quanto às influências do ambiente em que o disco foi gravado, ele comenta: “Acho que você não pode evitar ter o seu som mudado, de novo e de novo. Eu não sei o quanto o deserto tem a ver com isso. Mas talvez a comida do Novo México tenha”.

ENCONTRO

Além dos shows, o Deerhoof participa de uma atividade social no Recife. No dia 21 de setembro, alunos da Escola Técnica de Criatividade Musical de Pernambuco e convidados estarão juntos com a banda no Paço do Frevo.

O encontro serve para discutir sobre produção fonográfica e as experiências que o grupo teve em sua longa história. A iniciativa conta com o apoio do Consulado Geral dos Estados Unidos da América.

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