
Um dos principais nomes da música dos sertões, Almir Sater faz uma rara apresentação hoje, a partir ds 21h, no Teatro RioMar, repassando uma obra iniciada no início dos anos 80, baseada nos ritmos do Centro-Oeste do país (ele é do Mato Grosso), com incursões por gêneros fronteiriços.
Cantor, compositor e violeiro respeitado, Sater levou o que se chamava então de música sertaneja a nichos onde até hoje não é comum ouvi-la. Em 1989, por exemplo, ele abriu a 5ª edição do extinto Free Jazz, tocando rasqueados e chamamés, numa programação que trazia o inclassificável John Horn e o pianista do free jazz propriamente dito, Cecil Taylor, e na década seguinte participou, como ator, de duas novelas de grande audiência na TV manchete, Pantanal e Ana Raio e Zé Trovão.
Fazendeiro, do ramo da agropecuária, Almir Sater dividese hoje entre a música e os negócios. Está na lojas com um álbum com o parceiro de sertões, Renato Teixeira, com quem lançou o álbum AR (as iniciais de ambos): "Lançamos o CD no final do ano passado e estamos já gravando o segundo, que deve sair até o final do ano", revela Sater. Ele concede entrevista por telefone da Serra da Cantareira, em São Paulo: "Em Mato Grosso eu trabalho, aqui a gente faz música", diz o artista, que está sendo alvo de uma espécie de revival.
Nas lojas, além do do álbum com Renato Teixeira, ele tem ainda uma caixa com quatro CDs (selo Galeão), que tem seu nome por título, mais o álbum duplo O Violeiro Canta, uma elaborada pesquisa do produtor Carlos Alberto Sion, com o jornalista Tárik de Souza, que é a base do show da turnê que Sater leva a algumas capitais brasileiras, acompanhado por Rodrigo Sater (violão), Guilherme Cruz (violão), Marcelus Anderson (acordeom) e Reginaldo Feliciano (baixo): "É um show de composições que gosto de cantar, dos meus tempos de violeiro e tem um pouco de cada disco". Espere-se então Tocando em Frente, Chalana, Moreninha Linda e temas instrumentais.
SERTANEJOS
Almir Sater surgiu quando uma onda sertaneja insinuavase sobre o Brasil, com os baianos Elomar e Xangai, Geraldo Azevedo, até Renato Teixeira, o decano desta nuance da musica dos sertões também chamada de cantoria. mas nele não cabe o fundamentalismo caatigueiro de Elomar , por exemplo. É um rio de muitas afluentes, que já correu para o jazz, para a capital country Nashville, no Tennessee, e correr para os sertanejos pops.
Mesmo morando em pleno epicentro do furacão, não há confrontos entre Sater e os caipiras pop, pelos quais é constantemente solicitadas por estrelas do subgênero, Paula Fernandes, Vitor & Léo, entre outros: "Nosso relacionamento é muito bom. Quanto a esta coisa de qualidade, quem sou eu para julgar alguém? Acho que se o artista consegue emocionar alguém é porque tem talento",
Show com Almir Sater e Banda, hoje ,no Teatro RioMar, Ingressos: Balcão Nobre: R$ 80 e R$ 40), Plateia Alta: R$ 140 e R$ 70 (meia), Plateia Baixa: R$ 160 e R$ 80 Fone: 40031212. Assinante JC tem 50% de desconto