CONCERTO

Orquestra Sinfônica Arte Viva faz tributo ao samba no Dona Lindu

Músicos paulistanos executarão programa com participação do cantor Diogo Nogueira

NATHÁLIA PEREIRA
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NATHÁLIA PEREIRA
Publicado em 23/10/2016 às 6:00
Thiago Godoy/Divulgação
Músicos paulistanos executarão programa com participação do cantor Diogo Nogueira - FOTO: Thiago Godoy/Divulgação
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O centenário do Samba, celebrado ao longo de 2016, ganha mais um tributo na noite de hoje. A Orquestra Sinfônica Arte Viva, de São Paulo, realiza um concerto gratuito, às 19h, na área externa do Teatro Luiz Mendonça, no Parque Dona Lindu. Sob regência do maestro Amilson Godoy e com participação do cantor Diogo Nogueira, os 39 músicos executarão um repertório especialmente escolhido para saudar o ritmo nascido no Rio de Janeiro.

O programa será executado em duas partes. Num primeiro momento, quatro números musicais vão passear pela pluralidade da canção nacional – do baião Asa Branca, do mestre Luiz Gonzaga em parceria com Humberto Teixeira, a um medley de canções da Legião Urbana, numa homenagem ao vocalista Renato Russo.

A segunda etapa será dedicada ao ritmo aniversariante, incorporando aos instrumentos a voz de Diogo Nogueira, herdeiro da arte e da bamba do pai, o também sambista João Nogueira. Diogo interpretará clássicos como Aquarela do Brasil, de Ary Barroso, e Chega de Saudade, de Tom Jobim e Vinicius de Moraes

Criada em 1996 pelo maestro e pianista Amilson Godoy, a Arte Viva é uma orquestra independente, cujo intuito principal é levar o refinamento ligado às sinfônicas a composições populares. Com 70 anos de vida e mais de 50 deles dedicados à música, o maestro conta o que o motivou criar a explorar um formato diferente para a música erudita. 

“Músicas de alcance popular costumam ser colocadas de lado, num sentido oposto ao valor atribuído às clássicas. Eu queria que o glamour existente em torno do erudito atingisse também o compositor popular e que as canções ganhassem versões sinfônicas que fossem do conhecimento das pessoas, sendo um pagode ou um Luiz Gonzaga. Quis formar plateia, tirar o medo da música erudita”, explicou ele ao telefone.

ARRANJOS

O maestro detalhou também o cuidado com que as composições são adaptadas para as versões orquestradas. “Essa transição parte da criatividade do arranjador, que tem de traduzir informações musicais de um universo para outro. Ele precisa, por exemplo, entender como transferir um desenho de guitarra para o violino, ou fazer o som de um contrabaixo elétrico ser adaptado para um acústico junto a um fagote. Desse jeito é que exploramos o que se faz pelo Brasil, entendendo que cada região é tão rica  culturalmente que mais parecem vários países dentro de outro”.  

Atualmente, Amilson Godoy se divide entre a regência da Orquestra, apresentações solo de piano e o cargo no Conselho Nacional de Incentivo à Cultura, onde é responsável por analisar os projetos que solicitam apoio da Lei Rouanet.

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