Ragatanga

Há 15 anos, nascia o grupo Rouge

Formadas dentro do reality 'Popstars', do SBT, cinco meninas contagiaram o país com seus sonhos, músicas e coreografias

Robson Gomes
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Publicado em 10/08/2017 às 5:00
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Formadas dentro do reality 'Popstars', do SBT, cinco meninas contagiaram o país com seus sonhos, músicas e coreografias - FOTO: Foto: Divulgação
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No ano de 2002, elas eram apenas números numa multidão de 6 mil garotas sonhadoras soltando a voz debaixo de um sol quente no Sambódromo de São Paulo. Para estar ali, venceram uma peneira inicial de 30 mil inscrições. Quem diria que as candidatas 3263, 4950, 5193, 4020 e 3863 teriam nomes tão conhecidos pelo público, que viu uma girlband nascer diante das câmeras do reality show Popstars, do SBT/TV Jornal.

Há exatos 15 anos, Aline, Fantine, Karin, Luciana e Patrícia (hoje Li Martins) se apresentavam oficialmente como Rouge, lançando o primeiro disco, no dia 10 de agosto de 2002. Capitaneadas pelo megaprodutor Rick Bonadio, o grupo vinha com 14 canções que cativaram crianças, jovens e adultos. Ditaram moda, ensinaram coreografias, músicas chicletes e, acima de tudo, levaram a mensagem de que é preciso acreditar nos sonhos.

O Rouge durou exatos quatro anos e gravou quatro discos de estúdio, acumulando quase 2 milhões de cópias vendidas, segundo dados da Associação Brasileira dos Produtores de Disco (ABPD). 1 milhão e 250 mil foram apenas do disco de estreia Rouge (Sony Music, 2002), que trazia os sucessos Não Dá Pra Resistir, Beijo Molhado e o megahit Ragatanga.

RICK BONADIO

Com 48 anos de idade e pouco mais de 30 de carreira como produtor musical, Rick Bonadio é o principal responsável pelo “nascimento musical” do Rouge. E lidar com fenômenos é algo quase normal para este paulista, pois ele também liderou, nos bastidores, os primeiros trabalhos de Mamonas Assassinas, Charlie Brown Jr., Tihuana, CPM 22, Floribella, entre outros. Bonadio foi um dos jurados do programa Popstars, no SBT, ao lado da cantora Yara Negrete e do diretor da Sony Music na época, Alexandre Schiavo.

Em entrevista ao JC, Rick Bonadio relembra o nascimento da girlband, que começou de fato com a apresentação da música Não Dá Pra Resistir dentro do programa. “[A ideia] era um álbum pop e eu, que tinha muita referência de Pop na minha formação na época, pude colocar em prática. Escrevia as músicas em parceria com alguns compositores do pop fazia versões e testava tudo que fosse o mais dançante possível, já que o grupo sempre fazia coreografias. Minha experiência em trabalhos com Spice Girls, Backstreet Boys ajudou muito”, afirmou o produtor.

O profissional também comenta o surgimento do hit que marcou o Rouge para sempre, o Ragatanga, uma versão em português de Asereje, interpretado pelo grupo Las Ketchup: “Não lembro se foi a última a ser gravada no disco, mas foi uma das últimas. Era uma canção de sucesso na Europa e escrevi a letra dela me divertindo muito! Num domingo em casa eu ria muito com as brincadeiras que saíam. A base eu deixei mais rock, tem guitarras pesadas ali. As meninas arrebentaram nos vocais”, relata Bonadio.

O álbum de estreia do Rouge exigiu muito dele enquanto produtor musical. “A pré-produção do disco durou no máximo três meses. Era uma loucura, pois eu tinha que compor o disco mesmo antes de ter as cinco vencedoras e o programa estava acontecendo simultaneamente. Foi bem cansativo mas prazeroso”, ressalta.

Entre as 14 músicas do álbum, Bonadio assina a composição – seja solo ou em grupo – de nove faixas. E o produtor tem a sua música predileta: “Não Dá Pra Resistir, com certeza. Foi a primeira e a música que nos ajudou a definir o grupo final. Ela tinha espaço para todas mostrarem seus timbres e a combinação que mais funcionaria”, justificou. Também pedimos ao músico que contasse algum segredo inédito de bastidor das gravações, mas ele preferiu o mistério. “É segredo meu e das meninas” disse ele, aos risos.

Nos 15 anos em que esse sucesso é relembrado, uma eterna cobrança pela volta do grupo é feita a ele pelas redes sociais. Rick Bonadio tem a sua opinião sobre o assunto. “Eu gostaria muito de ver o Rouge junto. Acho que as meninas deveriam deixar de lado um pouco seus projetos de hoje e fazer essa volta logo. As pessoas me cobram, mas o grupo só não volta por que as meninas não querem”, revelou ele, que ensaiou um retorno em 2013 com as meninas através do lançamento dos singles inéditos: Tudo é Rouge e Tudo Outra Vez.

Mesmo com esse impasse de um retorno indefinido, o produtor musical garante que ficou bons sentimentos pelo trabalho feito com o Rouge: “[Ficou] o carinho que eu tenho pelas meninas. Ficamos muito próximos e torço muito por elas”, conclui.

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