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Quarteto francês Dot Legacy promete noite insana em show no Recife

Ao lado das brasileiras Far From Alaska, Medulla, Molho Negro e FingerFingerrr, a banda de rock alternativo Dot Legacy se apresenta hoje à noite no Estelita.

JC Online
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Publicado em 10/11/2017 às 10:35
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Ao lado das brasileiras Far From Alaska, Medulla, Molho Negro e FingerFingerrr, a banda de rock alternativo Dot Legacy se apresenta hoje à noite no Estelita. - FOTO: Foto: Divulgação
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Os franceses barulhentos da Dot Legacy voltam ao Recife com o show do recém-lançado EP Stereo - o primeiro trabalho do quarteto de rock alternativo após assinar com a gravadora brasileira Elemess. À frente do grupo, o vocalista e baixista Damien Quintard promete subir ao palco do Estelita, hoje à noite, ainda mais insano, quente e com mudanças na sonoridade.

Dando sequência ao segundo disco de carreira To the Others, lançado em novembro do ano passado, Dot Legacy traz uma sonoridade mais pop nas cinco faixas de Stereo, apesar de não abandonar a pegada mais experimental, cheia de groove, vozes simultâneas e arranjos trabalhados pelas guitarras. O EP conta ainda com uma canção em português, intitulada Vivendo Só, que ganhou videoclipe, assim como a faixa de abertura Stereo Field of Delay.

Formado em 2009, o quarteto de Paris se apresentou no País em 2015, como parte do Festival DoSol, e desde então vem conquistando o público brasileiro. Com influências de bandas como Muse, Tame Impala e Foals, agora Damien Quintard, Arnaud Merckling (guitarra e teclado), John Defontaine (guitarra) e Arthur Menard (bateria) voltam ao Recife para fazer o palco do Estelita tremer, em noite de apresentações ao lado do som das brasileiras Medulla (RJ), Far From Alaska (RN), Molho Negro (PA) e FingerFingerrr (SP).

Com a palavra, Damien Quintard:

JORNAL DO COMMERCIO - Quando e em que circunstância surgiu a relação do grupo com o Brasil?
DAMIEN QUINTARD - Nossa primeira experiência no Brasil foi em 2015. Nós fomos convidados pelo Festival DoSol para tocar no evento, e fazer turnês com bandas como Dead Fish, Plutão Já Foi Planeta etc. Nos apaixonamos pela cena musical e pelas pessoas. Vocês sabem como aproveitar a música, as pessoas dançam, todo mundo divide a felicidade com a gente, e isso não tem preço para nós. Aqui quase nos sentimos como em casa agora. Só precisamos aprender português!

JC - Por que decidiram intitular uma das músicas do novo EP em português?
DAMIEN - Em nossa última vinda ao Brasil entendemos a importância da comunidade em torno da música. O amor que as pessoas compartilham. Mas é uma coisa da vida que você esteja sozinho, e essa música foi feita para esses momentos: se você se sentir assim, a música vai ficar com você e assim a comunidade permanecerá viva. Vivendo Só mas você não está sozinho.

JC - Quais são as principais influências do quarteto?
DAMIEN - Todos nós ouvimos diferentes tipos de música, eu acho que dá para sentir isso em nosso som. Arnaud está mais no rock, Arthur no hardcore e John no post-rock. Eu sou aquele que escuta pop-rock e rap. E trago essas influências nas letras. Mas nós temos muitas bandas em comum que nos influencia, como Foals, Muse, Tame Impala... A cena de rock no Brasil também é muito importante pra gente. O Brasil tem sorte de ter grandes bandas de rock talentosas como Scalene e Far From Alaska.

JC - Certa vez foram classificados como 'um cruzamento entre Yeah Yeah Yeahs, Kyuss, Chuck Berry e insanidade'. Concordam com isso?
DAMIEN - Haha. Insano é grande parte do que somos. E ser comparado com Chuck Berry é uma verdadeira honra porque ele é o pioneiro do rock n'roll, Kyuss é o pioneiro do stoner rock e do fuzz. No novo EP, nós estamos mais pop. Talvez a descrição da banda mude no futuro, mas acho que podemos descrever nossa música desenhando um triângulo, com Queens Of The Stone Age, Beastie Boys e Pink Floyd. Nós somos um ponto no meio desse triângulo.

JC - Que efeito Damien busca trazer ao público ao se dividir entre dois microfones no palco?
DAMIEN - Bom, agora eu uso só um microfone! Com a nova gravação veio uma nova visão para a nossa música. Então passamos um tempo projetando um microfone que pudesse ter o mesmo efeito que os dois anteriores. Queremos que as pessoas compreendam uma mensagem muito clara de emoções.

JC - Que elementos buscaram trazer para a sonoridade do EP Stereo que não havíamos visto em seus trabalhos anteriores? E o que foi mantido?
DAMIEN - Emoções! Isso é realmente muito importante para nós, antes nós tínhamos energia bruta e nós mantivemos esse lado, mas agora nós adicionamos um enredo para que as pessoas possam ouvir em qualquer situação. Se está feliz, sozinha, numa festa, apaixonada ou fazendo paraquedismo, esse EP é pra você!

JC - O que podemos esperar do show do Dot Legacy no Recife? Como está a expectativa?
DAMIEN - Poder! Nós já tocamos em Recife e nós prometemos as pessoas bonitas daí que voltaríamos com ainda mais paixão! Já está quente, mas vamos fazer isso ainda mais quente!

JC - Vocês assinaram contrato com a Elemess, responsável também por Far From Alaska, que divide o palco com vocês nesta sexta. Qual a relação que vocês têm com o grupo brasileiro?
DAMIEN - Nós publicamos o novo EP no Spotify, Deezer etc com a Elemess. Eles estão fazendo um ótimo trabalho. E Far From Alaska é a melhor banda com quem já fizemos uma excursão! Conhecemos a música deles desde que começaram, somos fãs do que fazem. Então, é uma grande honra fazer turnês com eles e estar no mesmo rótulo! Acabamos de passar alguns dias com eles em Natal, e eles nos fazem visitar as partes legais da cidade. Nós também surfamos com seu guitarrista, eles nos fazem sentir como se estivéssemos em casa!

& mais Far From Alaska, Molho Negro, Medulla e FingerFingerrr

Com passagem por festivais relevantes, como o Lollapalooza e o Download Festival, o grupo potiguar Far From Alaska traz o show do seu segundo disco, Unlikely (2017), que passeia por uma miscelânea de referências, mas não perde a identidade que consagrou a banda como um novo expoente do rock brasileiro. Em meio a vocais enérgicos e ritmos dançantes, Emmily Barreto (vocais), Cris Botarelli (Steel Guitar, Sintetizador e vocais), Rafael Brasil (guitarra), Edu Filgueira (baixo) e Lauro Kirsch (bateria) retornam mais maduros, porém, bem menos sérios.

O grupo de rock paraense Molho Negro apresenta também seu segundo e mais recente álbum Não é Nada Disso que Você Pensou (2017), som com pegada forte, que reúne riffs intensos a letras irônicas e diretas. Influenciados pelo rock clássico de Danko Jones, Black Rebel Motorcycle Club e The Vines, o trio é formado por João Lemos (vocal e guitarra), Raony Pinheiro (baixo) e Augusto Oliveira (bateria).

Os cariocas da Medulla ainda trazem seu mix de rock, rap e eletrônica. E o duo paulistano FingerFingerrr completa a noite.

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