Ragatanga

O primeiro (grande) encontro do Rouge com o Recife

Girlband paulista encerrou turnê comemorativa de 15 anos na madrugada deste domingo (12) no Clube Português

Robson Gomes
Cadastrado por
Robson Gomes
Publicado em 12/08/2018 às 14:45
Foto: Instagram/@hey_jefferson/Reprodução
Girlband paulista encerrou turnê comemorativa de 15 anos na madrugada deste domingo (12) no Clube Português - FOTO: Foto: Instagram/@hey_jefferson/Reprodução
Leitura:

O que muitas pessoas consideram como características de um grande show pop? Um grande público? Tumulto? Um som ensurdecedor? Playbacks? A começar por estes quatro requisitos, parece que o último show da turnê Rouge 15 Anos realizado no Recife – a primeira apresentação da história da girlband na cidade – não atende às “expectativas”. Mas para as milhares de pessoas que compareceram ao Clube Português, e aguardaram pacientemente até a 1h deste domingo (12), para ver a performance ao vivo de Aline Wirley, Fantine Thó, Karin Hils, Li Martins e Lu Andrade, certamente não saíram com sentimento de frustração por terem saído de suas casas.

Apesar da grande fila que já se formava antes da abertura dos portões, o público não lotou o espaço. Era possível circular por todos os setores sem maiores problemas. Enquanto alguns DJ's tentavam aquecer os fãs do Rouge com os melhores hits pop dos anos 2000 em diante, um certo clima de apatia e desânimo parecia rondar o local. Era mais um ledo engano: eles também estavam poupando energias para a catarse que estava por vir quando as cantoras subissem ao palco.

Para quem acompanha o quinteto, sabe que o roteiro do show foi seguido à risca. A expectativa do cronômetro de cinco minutos despertava os ânimos do público e, aos poucos, os gritos aumentavam de intensidade. Após a intro apoteótica a la Beyoncé, anunciando “a nova era Rouge”, as cantoras entram poderosamente no palco com o hit Blá Blá Blá. Logo ali, a plateia já estava completamente entregue, cantando tudo a plenos pulmões, impressionando o quinteto e a banda de quatro músicos.

No palco, enquanto Aline já não conseguia segurar a emoção da sintonia com a plateia nas primeiras canções, o show estava sendo marcante para Fantine: sua filha, Christine, de 10 anos, estava na primeira fila acompanhando tudo. “Vocês não sabem o quanto representa para mim mostrar todo esse amor para uma filha de 10 anos. Muito obrigada, Recife!”, disse a cantora, que mora na Holanda com a filha e tem se dividido para cumprir a agenda do Rouge Brasil afora. Ao mesmo tempo, Karin, Lu e Li esbanjavam sorrisos e simpatia, demonstrando gratidão aos pernambucanos. Por várias vezes, entre uma música e outra, o público respondia com coros de “Rouge, eu te amo!” e mostrando placas de “Obrigado, Rouge”!

Os momentos mais marcantes, sem dúvida, era quando grandes hits vinham à tona como Fantasma, Beijo Molhado e Um Anjo Veio Me Falar. O misto de emoção, com gosto de nostalgia, e a alegria de cantar isso junto, sem medo de pré-julgamentos, era a grande mágica do show. Na segunda parte, que inclui uma troca de roupa, o público se jogou nas coreografias chicletes da sequência Vem, Habib, Bailando e Vem Cair na Zueira. Mas o ponto alto da noite veio com a surpreendente Popstar. A adrenalina das cantoras no palco em cantar a primeira música do primeiro disco trouxe uma performance forte das meninas. Mais uma vez, com destaque para Fantine, que se aventurou a “escalar” uma das estruturas de metal do cenário.

SURPRESA

Antes de começar mais um bloco de baladas românticas, uma surpresa: Karin ensinou ao público o coro da nova música do Rouge. Ainda sem nome, letra ou previsão de lançamento, a plateia soube um pouco do “ô, ô, ô” que o single inédito terá. E antes de seguir o protocolo, as meninas ficaram quase 10 minutos puxando de improviso outras canções que não estavam no repertório como O Amor é Ilusão, Eu Quero Fugir e Tudo Outra Vez. Mas foi Nunca Deixe de Sonhar responsável por levar mais a plateia às lágrimas, ao ver sendo projetado no cenário de LED as imagens do Rouge no início da carreira, e antes da separação que duraria 12 anos.

Mas nem deu tempo de processar a emoção direito porque duas músicas emblemáticas começaram logo em seguida para anunciar o fim do show após duas horas: Brilha La Luna e a arrasa-quarteirão Ragatanga, com direito a fãs recifenses do Rouge dançando junto com o quinteto numa grande confraternização. E antes das meninas desaparecerem em definitivo nos portões de LED, Luciana beijou o palco recifense, em mais um grande gesto de agradecimento pela experiência que tinham acabado de viver.

Se a primeira impressão é a que fica, a primeira passagem do Rouge pelo Recife foi marcada não só por um encerramento de turnê, mas por uma grande sinergia entre artistas e um público caloroso. Um encontro que despertou os mais diversos sentimentos numa noite mágica, conforme o prometido, e o melhor: como todo e bom show de música pop deve ser.

Últimas notícias