Evento de maior prestígio da música brasileira, ponto de encontro anual obrigatório das estrelas da voz no País, o Prêmio da Música Brasileira acontece hoje à noite, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, com um sotaque em destaque. Este ano, a premiação tem um número recorde de pernambucanos indicados. “No atual panorama, Pernambuco é hoje o que tem de mais interessante na música brasileira”, diz o produtor Zé Maurício Machline, 60, que criou o prêmio em 1988, ainda sob o nome de Prêmio Sharp, a extinta empresa de eletroeletrônicos da família.
Na edição em que homenageia Luiz Melodia, compositor e cantor carioca morto ano passado, o PMB tem seis indicados: Tibério Azul, Johnny Hooker (Melhor álbum na categoria Canção Popular, com Coração, seu segundo disco), Quinteto Violado (categoria Melhor Grupo, por Quinteto Violado, 46 anos), Frevotron (projeto coletivo de Spok, DJ Dolores e Yuri Queiroga, na categoria Álbum eletrônico), Tibério Azul (Melhor Cantor na categoria Canção Popular, pelo disco Líquido) e Almério, que concorre em duas categorias: Revelação e Melhor Cantor Pop-Rock, com os veteranos Lulu Santos e Chico César. Tibério concorre contra ninguém menos que Roberto Carlos.
A Nação Zumbi está entre os indicados, como melhor Grupo, pelo disco de releitura de clássicos Radiola NZ Volume 1’. Baterista da Nação, o pernambucano Pupillo assina ainda a produção de Estratosférica ao vivo, disco da diva baiana Gal Costa indicado ao Melhor Álbum de MPB.
Johnny Hooker já tem, como revelação, um PMB no currículo. Com o segundo disco de carreira, Desempena, fazendo sucesso pelo País, Almério é estreante no PMB. “Na verdade, essa é uma indicação que não cabe apenas a mim, mas a muita gente, nossos amigos e parceiros que fazem música hoje em Pernambuco”, diz ele, citando, entre outros o produtor, amigo e parceiro Juliano Holanda.
GRAMMY BRASUCA
O prêmio foi criado por inspiração confessa no Grammy norte-americano. Depois de anos, a 28ª edição do PMB quase não aconteceu por falta de patrocinadores no ano passado. Prestigiado pela classe, o prêmio teve o apoio de artistas como Bethânia e Ivete Sangalo, abrindo mão de cachês.
Veterana no prêmio desde os tempos da Sharp, a atriz Deborah Bloch conduz a cerimônia deste ano ao lado de Camila Pitanga. Artistas como Caetano Veloso, Pedro Luís, Liniker, Lenine, Céu, Alcione, Baby do Brasil, Zezé Motta e Yamandu Costa estarão no palco, recriando composições de Luiz Melodia. A festa acontece a partir das 20h45, com transmissão ao vivo pelo Canal Brasil.
