Há dez anos, o frevo encontrava, se não o único, o mais vertiginoso e definitivo acento jazzístico. Com o disco que revelou a Orquestra Popular da Bomba do Hemetério não apenas para o Recife, mas para o mundo, onde passaria e excursionar, o Maestro Forró mostrava que o mais tradicional dos ritmos pernambucanos não apenas deve confirmar seus cânones como ter seus acordes alongadados a extremos sinuososos - como costumam fazer as grandes big bands do jazz norte-americano. Para comemorar os dez anos de Jorrando Cultura, o álbum será relançado, hoje, em vinil.
O lançamento acontece dentro da já tradicional feira de vinis da loja Passadisco, último grande bastião do comércio de discos no Recife, no Espinheiro. E com grande bônus: a partir das 17h, acontece um pocket-show do Maestro Forró Trio. “É sempre um desafio interessante tocar as músicas feitas para a orquestra grande com uma composição menor”, diz ele, sobre o acompanhamento de uma tuba, um trompete e um pandeiro.
Seminal e eclético, o álbum Jorrando Cultura traz composições próprias de Forró, além de Parrô, Waltinho D’Souza e Natanael Dádiva, e releituras de clássicos como Vassourinhas, Cabelo de Fogo e Elefante. Na época, foi realizado com recursos próprios e apoio do Serviço de Incentivo à Cultura da Prefeitura do Recife.
DESVIO
Entre as composições inéticas, o disco apresentava Desvio como marca da versatilidade de orquestra. Retrato da diversidade sonora da Bomba do Hemetério, a faixa traz participações do Mestre Valter, do Maracatu Estrela Brilhante; do Coral Benemérito da Bomba do Hemetério e de Canibal, da banda Devotos. De sua introdução e encerramento mais clássicos, a composição eveloi para acordes de punk-rock e maracatu.
JORRANDO CULTURA - Lançamento em vinil do disco da Orquestra Popular da Bomba do Hemetério. Hoje, 17h, na Passadisco. Rua da Hora, 345, Espinheiro. Fone: 3268-0888.