Festival

Sons da África celebra a Consciência Negra na Caixa Cultural

Projeto que começa nesta quinta-feira (8) e vai durar três semanas abre espaço para a influência africana na música

Robson Gomes
Cadastrado por
Robson Gomes
Publicado em 08/11/2018 às 12:47
Fotos: Gabi Portilho/Divulgação e Divulgação.
Projeto que começa nesta quinta-feira (8) e vai durar três semanas abre espaço para a influência africana na música - FOTO: Fotos: Gabi Portilho/Divulgação e Divulgação.
Leitura:

Em pleno mês da celebração da Consciência Negra, a Caixa Cultural Recife estreia nesta quinta-feira (8) a temporada do projeto musical Sons da África. Durante três semanas (até o dia 24 de novembro), o evento trará shows que reúnem artistas brasileiros e de países africanos para cantar histórias e memórias de povos ligados pela ancestralidade. Nesta primeira semana, a cantora Lenna Bahule (Moçambique) e o percussionista Luizinho do Jeje (Salvador) dividem o palco, de hoje até o próximo sábado (10).

Com apenas 29 anos de idade, a moçambicana Lenna Bahule é a cantora que abre a temporada do Sons da África. Oferecendo uma arte inspirada nos cantos e danças populares de sua terra natal, a artista é radicada em São Paulo desde 2012 e reconhece a importância de um evento deste porte.

“O Sons da África traz em pauta as questões da quebra de fronteiras, da união de culturas, da identidade racial, cultural, étnica até certo ponto. Eventos como esses proporcionam, além de uma experiência sensorial boa – porque todo mundo precisa da arte e cultura nas suas vidas – também tem esse lugar de ser um evento que abre um espaço para a diversidade cultural que existe no mundo, não só no Brasil e na África”, afirma Lenna, em entrevista ao Jornal do Commercio.

Lenna estará em cena junto com o percussionista baiano Luizinho do Jêje. Com uma carreira iniciada nos anos 1980, no Afoxé Rumpilé, Luizinho tem entre suas influências musicais os tambores do Terreiro Jeje, as músicas e cânticos do candomblé, as bandas de percussão da Bahia e a música tribal africana. E ao participar do Bloco Afro Olodum, intensificou sua experiência artístico-profissional em várias partes do mundo e já se apresentou ao lado de Lenna na capital baiana, na mais recente edição do projeto.

Para a jovem cantora, o sentimento de pertencimento e reconhecimento faz a diferença neste festival. “Vamos trazer um repertório formado por músicas minhas [dos discos Nômade (2012) e Taubkin & Bahule (2018)], músicas do Jeje, músicas do cancioneiro religioso e popular, das culturas dos dois”, adianta a artista.

No momento de urgência que vivemos, em que se clama por mais tolerância, o Sons da África soa como um grito de esperança para despertar a Consciência Negra nas pessoas. É o que Lenna Bahule também acredita. “Precisamos de mais arte, porque a arte desmistifica. Uma arte pura, verdadeira, conectada com a raiz, com identidade, ocupa mais espaços”, reforça.

SERVIÇO DA SEMANA

Sons da África – com Lenna Bahule e Luizinho do Jêje. De quinta-feira (8) até sábado (10), na Caixa Cultural Recife (Av. Alfredo Lisboa, 505, Praça do Marco Zero, Bairro do Recife). Horários: Quintas e sextas-feiras às 20h. Sábados, 18h e 20h. Ingressos: R$ 30 e R$ 15 (meia-entrada), à venda no local. Informações: (81) 3425-1915.

Últimas notícias