Mimo 2018

Eddie vai de original Olinda Style hoje na Mimo 2018

Grupo estreia no festival com uma retrospectiva de carreira

JOSÉ TELES
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JOSÉ TELES
Publicado em 25/11/2018 às 10:01
Foto: Bruno Guerra/Divulgação
Grupo estreia no festival com uma retrospectiva de carreira - FOTO: Foto: Bruno Guerra/Divulgação
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A Eddie fecha hoje a edição da Mimo 2018 com um concerto na Praça do Carmo, às 20h. É a estreia do grupo olindense no festival, por coincidência, ambos, o festival, e a Eddie, festejam efemérides. A Mimo comemora 15 anos, a Eddie duas décadas do álbum de estreia, Sonic Mambo, que será devidamente celebrado no início do próximo ano: “Em 2019 a gente completa 30 anos de Eddie, vai ter algumas histórias, inclusive show com a formação original do Sonic Mambo, acho que rola em janeiro ou fevereiro”, conta Fábio Trummer, guitarrista, compositor e vocalista da Eddie.

 Trummer confessa que torcia para receber um convite para tocar na Mimo: “Uma coisa em que eu sempre pensava, por ser uma banda olindense, e a Mimo um grande festival de Olinda. O tipo de programação em que a Eddie se enquadra bem. A gente está numa prateleira bem específica da música brasileira. Eu me achava representado pela Mimo, agora ainda mais por este convite”.

 A Eddie tem discografia de sete títulos, o último foi o independente Mundo Engano, lançado este ano. O álbum de estreia, Sonic Mambo, é dos tempos em que as gravadoras viviam financeiramente saudáveis. A Eddie gravou o álbum de estreia em Fênix, no Arizona (EUA), bancado pela Virgin Records, na época em que o Recife era o olho do furacão da renovação do rock nacional.

NOME

 O grupo surgiu em 1988, quase 1989, antes do manguebeat, e ingressou naturalmente no turma dos mangueboys, com quem comungava de afinidades estéticas. O nome do grupo Eddie foi definido nos Quatro Cantos de Olinda, relembra Fábio Trummer:

 “Nos anos 80, os nomes das bandas eram compostos, Capital Inicial. Paralamas do Sucesso, Heróis da Resistência, sempre nomes enormes. A gente é de uma geração que veio depois, com aquele ranço de negar algumas coisas. Depois aprendi com Carlos Penna Filho que você não nega os acertos da geração anterior, você só nega os erros. A gente pensava num nome curto. Eddie era um nome pequeno, um nome próprio, e tirava esta coisa de personificar cada um dos integrantes da banda. Eddie é como se fosse todo mundo, o Eddie como se fosse uma pessoa só.

 Eu estava nos Quatro Cantos de Olinda, no bar de Dona Darcy, lembrei de bandas inglesas feito a Hide. Nisso passou um turista vestido com uma camiseta com o nome Eddie. Achei que era um sinal do portal dos Quatro Cantos, e ficou Eddie”.

 Trummer adianta que a banda não terá convidados na apresentação de hoje. O grupo estava em São Paulo na quinta, na sexta foi tocar em Brasília, e chegou em Olinda ontem. Tampouco fará show baseado no disco novo. Vai jogar para a torcida: “A gente tá preparando um show que dialogue com o público, as ‘mais mais’ pra tocar. Um festival deste tamanho, tão diverso, não é lugar para músicas novas, e, sim, para as mais conhecidas, já testadas em 20, 30 anos de estrada. Tocamos covers, feito a versão de É de Fazer Chorar (Luiz Bandeira), até música do último álbum. Vai ser um apanhado da carreira, com um repertório que tem mais a ver com este tipo de festa. A gente quer representar este entusiasmo da cultura olindense. Isto passa por botar o povo pra pular, pra conhecer um pouco o que são as manifestações de rua de Pernambuco, as manifestações urbanas, a música desta nossa geração, dita manguebeat. Mas tocamos do segundo álbum até o último. Não tem do primeiro, por conta de ser outra formação, tudo bem diferente”.

 A curadoria da Mimo não poderia ter escalado atração mais apropriada para encerrar a edição de 15 anos que, mesmo mais enxuta, ainda teve uma grade impecável. A Eddie é quase a banda oficial de Olinda, pelo menos duas gerações de olindenses cresceram assistindo aos shows do grupo, que só tem Fábio Trummer da formação original (que se dispersou no final dos anos 90). Há um bom tempo Trummer toca com Alexandre Urêa (percussão e voz), André Oliveira (trompetes, teclados e samplers), Rob Meira (baixo) e Kiko Meira (bateria). São eles que fecham a Mimo 2018 hoje:

 “Dá sempre aquele frio na barriga, a gente ter que fazer a noite de todo mundo funcionar. Temos um tempo de estrada muito grande, e gostamos até de assumir este tipo de responsabilidade, até pela dimensão da Mimo. A gente quer estar bem instigado pra mostrar o nosso original Olinda style”

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