Gravatá Jazz Festival

Gravatá jazz Festival mais uma vez foi alternativa à folia

mas o carnaval de rua da cidade cresce a cada ano

JOSÉ TELES
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JOSÉ TELES
Publicado em 07/03/2019 às 13:22
Foto: Fernando da Hora/Divulgação
mas o carnaval de rua da cidade cresce a cada ano - FOTO: Foto: Fernando da Hora/Divulgação
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Refúgio para quem gosta de música, mas não é um folião em toda a sua essência, a quarta edição do Gravatá Jazz Festival manteve a pluralidade de estilos, uma marca, aliás, dos festivais do gênero que acontecem pelo país (só no Ceará aconteceram dois, o já tradicional de Guaramiranga e o Cocoricó Jazz, que teve sua primeira edição ). São escaladas bandas de blues, de rock, de rock-a-billy e crooners de standards do cancioneiro americano (principalmente). O repertório raramente fogem aos clássicos. Os artistas geralmente jogam pra torcida.

A exceção na edição 2019 do GJF foi o casal Airto Moreira e Flora Purim, em momentos de puro jazz, numa rara apresentação dos dois no Brasil. Em pouco mais de uma hora, Airto e Flora mostraram porque fazem parte do primeiro time do jazz nos EUA. Embora esteja com problemas de saúde (e veio ao Brasil por causa disto), Airto continua tanto na percuteria quanto na bateria com a mesma pegada poderosa que levou Miles Davis a convidá-lo a tocar com ele na fase mais furiosa do trompetista, a que gerou o lendário álbum Bitches Brew. Flora e Airto dividem o show, uma parte em que ela canta, e ele a acompanha. Noutra mostra sua música solo, e ainda fiel a Geraldo Vandré, tocou Cantiga Brava e Fica Mal com Deus. A plateia, mesmo sabendo pouco dos dois, foi conquistada pelo talento e pelo carisma, sobretudo de Airto, que no bis fez da bateria outra bateria: a de uma escola de samba.

Andreas Kisser, do Sepultura, e Vasco Faé foram outros destaques. Faé faz um homem banda. Toca um bumbo e tambor de bateria com os pés, guitarra e gaita e ainda canta. Ganhou fácil o público. Já Kisser entrou com canções conhecidas e enveredou para o metal pesado, de Deep Purple, Led Zeppelin, e Black Sabbath, no show que mais mexeu com a plateia. A pernambucana Allycats, com seu rock-a-billy instigado, incendiou a plateia. Nat King Cole interpretado por Arthur Philipe; Beatles em roupagem blueseira pelos paulistas da Blues Beatles; um tributo a Jimi Hendrix do argentino (naturalizado brasileiro) Victor Biglione; blues e soul pelo Mr. Trio; mais rock-a-billy pelos potiguares Dasta & The Smoking Snakes e standards de jazz e blues, pela Vintage Peppers. estiveram no cardápio. A Uptown Blues Band fez o show do disco que lançou em 2018, com participação do guitarrista Nuno Mindelis. Por fim, a anglo-nigeriana Folakemi (que mora no Rio) e a americana Terrie Odabi cantaram músicas autorais e standards, agradando quem preferiu curtir um Carnaval mais relax no clima agradável de Gravatá.

FREVO

A cada ano o carnaval de rua de Gravatá torna-se mais animado, já é um complemento ao festival de jazz. Brinca-se tanto nos muitos blocos que desfilam pelo Centro e nos bairros, quanto no centenário Mercado Municipal recém-reformado, localizado no Centro da cidade. Lá todos os dias havia uma banda tocando frevos, e quiosques com comida típica e regional, artesanato, um “point” dos turistas nesta temporada. O prefeito Joaquim Neto disse que os hotéis de Gravatá tiveram tava de ocupação de quase 100%. Uma prova da grande procura por Gravatá no Carnaval (não apenas de turistas, mas também de pessoas que têm casa nos condominíos fechados), são os supermercados, que permaneceram abertos até às 21h, todos os dias, com bastante movimento.

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