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Geraldo Azevedo lança DVD e CD Solo Contigo

Cantor estreia show de novo DVD no Guararapes

JOSÉ TELES
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JOSÉ TELES
Publicado em 12/04/2019 às 11:57
Foto: Divulgação/Felipe Diniz
Cantor estreia show de novo DVD no Guararapes - FOTO: Foto: Divulgação/Felipe Diniz
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Geraldo Azevedo apresenta o show de estreia do DVD Solo Contigo, hoje, no Teatro Guararapes. O DVD e o CD, por sua vez, registram show acontecido em 6 de setembro de 2018, no Imperator – Centro Cultural João Nogueira, no Rio, com produção musical, direção de áudio e gravação de Robertinho do Recife. O projeto surgiu a partir de um disco de 1994, que está entre os preferidos dos fãs de Geraldo Azevedo: “O repertório é fruto do CD Ao Vivo Comigo, um disco muito solicitado, passa de geração a geração. Quis registrar aquele disco em DVD porém, na hora de fazer o show não quis fazer igual. Tem muita coisa que está nele, mas tem outras recentes, feito uma parceria póstuma com Mário Lago, por exemplo”, explica Geraldo Azevedo, em entrevista por telefone.

O show é aberto com Inclinações Musicais, uma canção que tem um valor afetivo forte para o musico petrolinense. Foi gravada pela primeira vez e deu nome ao álbum no qual foi incluída. É uma parceria com Renato Rocha, que botou letra numa melodia criada muitos anos antes dos dois se conhecerem: “Fiz logo que fui para Recife. Compus a música no final da adolescência, influenciado pela bossa nova, a primeira música que fiz na minha vida. Quando mostrei a Renato Rocha, ele achou maravilhosa e fez uma letra para ela. Para mim é uma música marcante porque traduz meu aprendizado, o meu início de carreira quando eu nem pensava em seguir uma carreira, a música me levou pra isso. No Recife, tocava nas farras, só instrumental”.

Na página oficial do cantor, o amigo Bráulio Tavares assina um texto sobre Solo Contigo e analisa com precisão o estilo “Geraldo Azevedo”: “Ele é o tecedor paciente de uma das grandes sínteses musicais da Música Popular Brasileira, na geração de muitas músicas capazes de soarem juntas sem tropeção no ritmo nem desafinada no tom. Com um violão aberto a todas as audições e influências, Geraldo Azevedo ouve, recolhe, domestica, recria, recompõe, dá cara nova e devolve ao mundo tudo que faz parte do oceano de sons em que o brasileiro da rua vive mergulhado”.

A bossa nova é a linha que costura a colcha de retalhos que se abrigam na música de Geraldo, um melodista como poucos na MPB: “A bossa nova entra na minha música como um incentivo à harmonia. A melodia vem de muitas coisa, das valsas que minha mãe cantava, por exemplo. Eu fiz muita valsa. Na música que cresci escutando melodia era uma coisa muito importante. Cresci no sítio, quando passei para a cidade e fui ver cinema, muitas vezes via um filme mais de uma vez por causa trilha sonora. A gente é influenciado por muita coisa. Luiz Gonzaga tem uma música que gravei em que usa a mesma harmonia que Beethoven usava (cantarola um trecho de ABC do Sertão, parceria com Zé Dantas). Me sinto muito gratificado por ter essa missão na vida”.

REPERTÓRIO

Solo Contigo tem menos sucessos do que se poderia esperar de um artista com 50 anos de carreira, contandose seu tempo no Recife, nos anos 60. E isto aconteceu por uma razão prosaica: gripe. No dia da gravação do show, Geraldo Azevedo foi acometido de uma gripe pesada. Ele encarou a empreitada mesmo debilitado, mas foi obrigado a modificar o repertório. Sacou as músicas que levam a tons muito agudos. Algumas destas canções estão no show, que traz como novidades uma composição de Sérgio Peres, que trabalha na sua equipe, O Amor Antigramático, uma letra que lhe foi dada pelo filho de Mário Lago. Geraldo homenageia o amigo Luiz Melodia (em Estácio, Eu e Você) e Chico César (Pensar em Você). “Não conheci Mario Lago pessoalmente. Na celebração de cem anos dele, filho me pediu pra fazer uma música para um trabalho que estava sendo feito, não foi coisa de mercado, uma celebração a Mário Lago. Já Melodia, conheci quando ele morava em Salvador, fiz um show lá e estava na plateia. No segundo dia de show, agente se conheceu. Mas eu conhecia a música de Melodia desde o início da carreira dele. Cheguei a viajar com ele pra África, para Paris, fizemos temporada juntos. A gente falava em fazer música juntos. Somos do mesmo signo, capricórnio, ele dia 7, eu dia 11. Fiquei muito sentido com a morte de Melodia, mas ele continua aí, nos discos, sempre estou ouvindo Melodia”.

Show Solo Contigo, com Geraldo Azevedo, Teatro Guararapes, hoje, 21h. Ingressos: Plateia: R$ 160 e R$
80. Balcão: R$ 120 e R$ 60 (meia). Fone: 3182-8020

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