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Alceu Valença refaz Vivo em Garanhuns

o show é dedicado a Lula Côrtes

JOSÉ TELES
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JOSÉ TELES
Publicado em 14/07/2011 às 6:00
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Alceu Valença volta a apresentar, 35 anos depois, o show do disco Vivo para o público pernambucano na abertura do Festival de Inverno de Garanhuns, hoje, na Praça Guadalajara, numa noite dedicada a Lula Côrtes, o homenageado festival que comemora, por sua vez, 21 anos.

Na estreia de Alceu Valença, com o show Vou danado pra Catende, em 1975, no Teatro Tereza Rachel, em Copacabana, no Rio, a plateia era formada por 60 pessoas, a maioria de amigos do cantor. No dia seguinte, o número diminuiu para 39. No terceiro dia, apenas cinco pessoas foram conferir o espetáculo que Alceu havia começado no Teatro do Parque, no Recife, com uma banda formada por Zé Ramalho (voz e viola), Zé da Flauta (flauta), Ivinho (guitarra), Paulo Rafael (viola), Dircinho (baixo), Israel Semente Proibida (bateria) e Agrício Noia (percussão).

Alceu Valença era ainda pouco conhecido no Rio, apesar de Vou danado pra Catende ter sido uma das canções mais badaladas no Festival Abertura, promovido pela TV Globo, poucos meses antes. Ele resolveu reverter o quadro: “Arranjei um megafone, chamei os meninos, Zé da Flauta, Zé Ramalho e fomos para rua, anunciando o maior espetáculo da Terra. Resultado: ficamos durante dois meses no Tereza Rachel, com a lotação esgotada todas as noites”. O show acabou, no ano seguinte, em disco, com o título de Vivo. Lançado pela Som Livre é o álbum mais cultuado de Alceu Valença, o “Taumaturgo crazy do Nordeste”, conforme escreveu, na época, a jornalista Ana Maria Bahiana, na revista Rock a História e a Glória.

Convidado no começo deste anos para retomar o show cujo disco completava 35 anos, com uma apresentação no Sesc-Belenzinho e depois no Studio SP, em São Paulo, Alceu Valença chamou um dos remanescentes da formação de 1976, Zé da Flauta a se juntar a Paulo Rafael e mais o restante da sua banda – Tovinho (teclados) Edwin (percussão), Maurício Oliveira (baixo) e Cássio Cunha (bateria). Convidou ainda Lula Côrtes. “O show no Studio SP foi uma coisa absurda. A plateia muito jovem, e trajados com roupas de antigamente. No local cabiam 500 pessoas, mas havia muita gente querendo ver o show. Então o pessoal resolveu fazer inscrição. Quem quisesse ver se inscrevia para comprar ingressos. Resultado: ficaram 3.800 pessoas do lado de fora. Lula tocou no show do Sesc, e acho que sabia o que ia acontecer, porque estava muito emocionado, chorou, me agradeceu pelo convite”. Lula Côrtes faleceu dois dias depois, no Recife.

Vivo, que chega se muito a 40 minutos. Cantará canções daquele período e os sucessos obrigatórios. “Várias músicas do show não entraram no disco, inclusive Vou danado pra Catende, ou Anjo de fogo, que gravei no Espelho cristalino. Canto também Molhado de suor. No final, mudo o tempo e faço as músicas mais conhecidas”, antecipa. 


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