Garanhuns Jazz Festival

Andreas Kisser mostra seu lado blues no GJF

Guitarrista do Sepultura já gravou até com dupla sertaneja

JOSÉ TELES
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JOSÉ TELES
Publicado em 09/02/2013 às 6:00
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Já é tradição no Garanhuns Jazz Festival fechar o festival, na noite da terça-feira, com uma celebração à guitarra. Andreas Kisser, guitarrista da Sepultura, pela segunda vez participa da noitada de guitarras em Garanhuns (tocou na edição de 2011), levando ao evento um público fiel ao músico, qualquer que seja o gênero que ele abrace: “Faço trabalhos solo há anos fora da linha do heavy metal. Além do mais sempre gostei de blues. Morei uma época nos Estados Unidos, e vi show daquele pessoal todo, B.B King, Bo Diddley, Buddy Guy. O blues é o meu segundo estilo, até porque é a raiz do rock, do heavy. De vez em quando junto com um pessoal e a gente faz uns tributos”, conta Kisser. Semana passada, em São Paulo, ele participou de um tributo em homenagem a Jimi Hendrix (que completaria 70 anos em 2013), com mais dois grandes guitarristas Lanny Gordin (o guitarrista preferido dos tropicalistas nos anos 60) e Edgard Scandurra, ex-Ira!
A ida a Garanhuns está ligada ao projeto Oi Blues by Night, do qual ele participou: “Giovanni Papaléo me convidou há dois anos, e eu achei muito legal o festival, tem muita música de qualidade. Além do que eu gosto muito de blues, aliás também estudo violão clássico, meu gosto musical é bem variado. As pessoas ouvem o Sepultura e não acham que estas influências, do blues, da música erudita, esteja ali. Estão, não tão explicito, mas existem. os outros estilos que toco enriquecem meu vocabulário musical e isto acaba passando para a música que faço no Sepultura. Além do mais não curto muito Carnaval. Até já fui assistir ao desfile das escolas, então um festival assim em pleno carnaval é bem interessante. Mas eu volto no dia seguinte ao show. Minha família está numa praia no litoral paulista”, diz Andreas Kisser.
Andreas Rudolf Kisser, 44 anos, desde 1987 é o guitarrista do mais bem-sucedido grupo de brasileiro em todos os tempos: o Sepultura. A banda conseguiu reconhecimento internacional a ponto de se equiparar em prestígio com os maiores nomes do metal pesado, como Anthrax (com quem Andreas já tocou, substituindo por um breve tempo o guitarrista Ian Scott). Poucos músicos da cena metal são tão abertos a outros sons e estilos quanto Andreas Kisser, que já fez participações até em disco de Chitãozinho e Xororó. Em seu disco solo, Hubris I & II (2009), ele contou com participações de Zé Ramalho, e Rappin Hood e Toni Bellotto.
Portanto, na sua apresentação na terça-feira nem ele sabe exatamente o que vai aprontar: “Vai rolar na hora, não vamos combinar. A grande virtude do blues é dar liberdade para o improviso. Blues é antes de tudo diversão. Claro que você exige dedicação,técnica, mas é divertido. Acho que em garanhuns o show vai ser uma festa. Ele fecha a ultima noite do festival tocando com Kiko Loureiro, do Angra (outra banda de heavy metal brasileira com grande penetração no exterior) o pernambucano Joanatan Richard, o cearense Artur Menezes, e o carioca Kleber Dias. E certamente a noite das guitarras não ficará apenas nelas. Na programação do dia está o cantor americano Kenny Brown, que dificilmente vai deixar de dar uma canja, como também o gaitista Jefferson Gonçalves, outro que não resiste a uma jam session.
O Garanhuns Jazz Festival (aberto ao público) começa hoje à noite, com o Baião de 3 (PE), Jefferson Gonçalves & Banda (RJ), Warren Atiba Taylor (EUA), acompanhado pela Uptown Band (PE),Tico Santa Cruz (Detonautas/RJ), Cida Maria (PE), Paulo Ferreira (PE), MC Rodrigo (DF) e convidados.


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