O pianista cubano Bebo Valdés, faleceu ontem, de causas não reveladas, aos 94 anos, na Suécia, onde fi morar em 1963, três anos depois de fugir de Cuba, por discordar do regime de Fidel Castro, deixando mulher e cinco filhos, entre este Chucho Valdés. Um dos grandes pianistas de jazz da atualidade, Chucho Valdés se apresentou na Igreja da Sé, na edição do ano passado da Mimo (Mostra Internacional de Música de Olinda).
Bebo Valdés foi personagem crucial no desenvolvimento da música cubana a partir dos anos 30. Neste década, com Perez Prado formatou o mambo, ritmo que se tornou dança da moda mundo afora nos anos 40. Valdés foi também um dos criadores do jazz cubano, quando tocava num famoso clube de Havana, o Tropicana, e tocou com algumas das mais célebres orquestra americanas e jazz. Bebo foi o responsável por misturar mambo e jazz, que desaguou no que se convencionou chamar de latin jazz.
Sua fama chegou aos Estados Unidos e ele passou a tocar com estrelas do jazz como Sarah Vaughan e Nat King Cole. Com este último participou das gravações do álbum Cole Español. Depois de sair de Cuba, Bebo Valdés morou no México e nos Estados Unidos. Numa turnê na Suécia com os Lecuona Cuban Boy, quando conheceu Rose Marie Pehrson, 26 anos mais nova, com quem se casaria. Desconhecido na Europa, Bebo Valdés ganhou a vida tocando em hotéis, e bares, contentando-se em acompanhar a carreira bem-sucedida do filho Chucho Valdés (que até hoje vive em Cuba).
Somente em 1994 foi redescoberto, quando gravou o disco Bebo rides again. Em 2009 gravou, com Chucho Valdés o álbum Juntos para Siempre. Pai e filho fizeram uma bem-sucedida e longa turnê naquele ano. Em 2004, veio à Bahia participar do premiado documentário El milagro del Candeal, do espanhol Fernando Trueba. Uma das músicas do documentários, Músico, tem Valdéz, Carlinhos Brown e Marisa Monte. Bebo Valdés ganhou cinco prêmios Grammy. Ele havia voltado a morar na Suécia há alguns meses, Desde a retomada da carreira Bebo Valdés vivia na Espanha.
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