“Morta, lerda e cega.” Os adjetivos nada lisonjeiros são usados repetitivamente pelo produtor cultural e ator Vinicius Coutinho para definir a Secretaria de Cultura de Paulista, Região Metropolitana do Recife. Ele estava no grupo de 15 pessoas – entre atores e produtores culturais – presentes na manhã de ontem no ato de protesto em frente ao Teatro Paulo Freire, único do município, contra o repasse das salas de ensaio do local ao Tribunal regional Eleitoral (TRE) em comodato até 2031.
Fechadas e com a reforma já iniciada, as salas compõem o anexo do teatro que completa 70 anos no próximo ano e que precisa de investimentos para atender melhor o público. Além do repasse das salas, o Teatro Paulo Freire não recebe nem uma demão de tinta desde 2005, segundo Coutinho. Paredes descascadas, buracos no teto do palco, cortinas rasgadas e teias de aranha nas luminárias, infiltrações no teto e cheiro de mofo são alguns dos itens que revelam o descaso público.
À luta da classe artística se juntou o Movimento Paulista de Verdade (MPV), que tem como proposta fiscalizar as contas públicas. Um primeiro ofício foi enviado à Prefeitura de Paulista no dia 29 de janeiro deste ano pedindo a transparência na documentação envolvida na reforma do anexo do teatro para o TRE.