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Skank disco de inéditas seis anos depois e como antigamente

Velocia tem participação maior do ex-Titãs Nando Reis

JOSÉ TELES
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JOSÉ TELES
Publicado em 12/06/2014 às 6:00
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Depois de seis anos desde o último disco de estúdio, Estandarte, o Skank lança Velocia (Sony Music), mostrando que mineiro não apenas trabalha em silêncio como não tem pressa. Foram dez meses para finalizar o álbum cujo título vem ironicamente do latim velox, veloz. Eles explicam: “O nome foi ideia de Samuel, ele saiu procurando na internet e encontrou este, que tem a ver com o hiato entre este e o disco anterior. Tudo passou muito rápido, parece que foi ontem que entramos em estúdio. Tem também a ver com o ritmo como as coisas se processam hoje, quando tudo é tão urgente. Tantas bandas gravando e a gente andou no caminho contrário.” O comentário é do baterista Haroldo Ferretti, que formou o grupo com Samuel Rosa (voz e guitarra), Henrique Portugal (teclados) e Lelo Zaneti (baixo), no início dos anos 1990.
Haroldo conta que a banda continua fazendo disco como se ainda fosse os anos 1990, cuidando de cada detalhe, como é o caso da capa, assinada pelo espanhol Oriol Angrill Jordà, com quem Samuel entrou em contato pela web. Ele aceitou a empreitada e criou todos os desenhos, da capa ao encarte, inclusive retratos de cada um dos integrantes do Skank: “A gente é old school, nos preocupamos com todos os detalhes, da gravação à apresentação do álbum. Não temos preocupação com imediatismo, pensamos que quem vai consumir é a galera que gosta de comprar o disco, de apreciar o trabalho como fazia com o LP”.
A produção é de Dudu Marote, que trabalhou nos dois discos mais bem sucedidos do Skank: Calango (1994) e Samba poconé (1996). Depois de experimentar novas sonoridades e estilos, como no psicodélico Cosmotron (2003), a banda volta ao começo, com reggae e calangos, um repertório despretensioso, embora para chegar ao resultado final tenha passado pelo estúdio da EMI, em Abbey Road, Londres, e pelo Sterling Sounds, Nova Iorque: “Todos estão dizendo isso sobre o disco e é verdade. Só que percebemos bem depois que o velho Skank está neste trabalho, mas não foi planejado”, garante o baterista.

QUINTO MEMBRO
Nando Reis, ao longo dos anos, se tornou uma espécie de quinto Skank, com parcerias com Samuel Rosa e participações especiais nos discos. Uma história iniciada lá atrás, em 1996, com Samba poconé, no qual o maior sucesso foi Uma partida de futebol, do ex-Titãs com Samuel. Em Velocia, Nando participa dos vocais de três faixas e está como parceiro de Samuel em quatro: “Todos discos nossos têm música com Nando. Desta vez, a participação dele foi maior, porque estava com tempo disponível e acabou produzindo muito mais. Tem mais músicas com ele que não entraram no disco. Devem entrar nos próximos”, conta o baterista.
Outros convidados são os rappers BNegão e Emicida, a novata Lia Paris e Lucas Silveira, do Fresno: “Todos os parceiros do disco são pessoas com quem temos afinidade. BNegão é da mesma geração da nossa, da turma dos anos 1990, a gente vinha há tempos querendo fazer alguma coisa juntos. Fresno é de uma geração mais nova, e Lia Paris é ainda mais nova, nem gravou ainda um álbum. Emicida participou com a gente do show do Rock in Rio passado”.

(leia mais na edição imprensa de hoje do Jornal do Commercio)

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