Atualizada às 9h24
Um milésimo de segundo pode fazer mais do que a diferença. Esse mínimo espaço de tempo é vital para o resultado final da fotografia. “Se suas fotos não estão boas o suficiente, você não está perto o suficiente”, já dizia o mestre da fotografia de guerra Robert Capa. Mas para além do clique exato, é antes de tudo o olhar apurado do fotógrafo que diferencia os que estão perto ou longe o suficiente.
Cento e cinquenta olhares de repórteres fotográficos brasileiros dos mais diversos Estados do País, que estavam bem perto, foram selecionados após longo processo escolha e se encontram agora nas páginas do livro O melhor do fotojornalismo brasileiro: edição 2014. Entre eles, estão sete nomes da editoria de fotografia do Jornal do Commercio.
A obra reúne 97 profissionais do fotojornalismo e traça um recorte histórico do que houve de mais marcante no Brasil em 2013. É o sexto volume da coleção e, pela primeira vez, segundo o organizador e editor da revista Fotografe Melhor (também da Editora Europa, que viabilizou o livro), Sérgio Branco, o tema da violência quase não se fez presente. De fato, de todas as fotos, os protestos populares iniciados em junho, em São Paulo, e que depois se alastraram pela terra brasilis afora são os cliques mais recorrentes em O melhor do fotojornalismo: Edição 2014. “Foi tão marcante e efetivamente coberto pela mídia que isso tudo ficou refletido no livro. Poderiam ter tido ainda mais fotos de protestos, mas dei uma segurada”, diz Sérgio.
A visita do papa, jogos da seleção brasileira na Copa das Confederações e marcas da ainda tão presente desigualdade social são outros temas bastante retratados na obra. Do Jornal do Commercio, Hélia Scheppa, Guga Matos, Diego Nigro, Bobby Fabisak, Michele Souza, Alexandre Gondim, Igo Bione e Edmar Melo trouxeram olhares sobre a violência contra a mulher, a emoção de um gol decisivo, o absurdo do estado das rodovias pernambucanas, o sofrimento da seca do Sertão, o carisma do papa Francisco, a truculência policial e o abandono, por parte do poder público, das crianças do canal do Arruda.
Há ainda fotos que não necessariamente representam um marco histórico, mas que demonstram um apelo visual muito refinado. “Levamos em conta três fatores: técnico, estético e relevância do fato noticiado. Não necessariamente as fotos são um resultado da combinação dos três.”
Leia a matéria na íntegra na edição desta segunda-feira (30) no Caderno C, do Jornal do Commercio
