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Olinda vai receber duas lojas da rede Leitura de livrarias

A primeira delas vai ser no Shopping Tacaruna e deve abrir até o final de setembro

Germana Macambira
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Germana Macambira
Publicado em 23/08/2014 às 17:55
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A primeira delas vai ser no Shopping Tacaruna e deve abrir até o final de setembro - FOTO: Foto: Divulgação
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O formato das livrarias mudou. Desde as megastores - caracterizadas pelo espaço que geralmente ultrapassa os mil metros quadrados - até as lojas de bairro, mais aconchegantes e com um público-alvo, às vezes, bem direcionado. 

O fato é que ir a uma livraria hoje significa ir às compras (de livros, mídia, jogos, presentes, material escolar etc). Significa também ir ao cinema, ao teatro, a uma exposição de arte, a uma roda de leitura, assistir a um pocket show, tomar um café. 

O lugar tem se tornado um novo 'point' de encontros, diversão, música, pausa, passeio e tantas outras ações, além das prateleirras cercadas de milhares de títulos para o deleite dos apaixonados por literatura.

Para quem é da 'geração Livro 7', essa mudança vem sendo acompanhada com menos euforia, já que a épica livraria da Rua Sete de Setembro, já dispunha entre as décadas de 1980 e 1990, de uma fartura de variedade nas mais diversas linguagens culturais. E um vasto acervo de livros, é claro.

No Recife as redes Saraiva e Cultura são as que mais perfazem o perfil de megastore. Assim como a livraria Imperatriz, que tem passado por mudanças com a ampliação dos espaços com outros incrementos. A próxima livraria a entrar nesse mercado por aqui, é a mineira Leitura. Que começou lá atrás, na década de 1960, com um sebo de aproximadamente trinta metros quadrados e hoje está entre as grandes do país, com faturamento médio de 350 milhões por ano e cerca de 5 milhões de livros vendidos.

O Shopping Tacaruna, em Olinda, vai receber uma loja da rede. A previsão é de que até o final de setembro a Leitura abra as portas para o público de Pernambuco. De acordo com Marcus Teles, sócio-proprietário da rede, essa vai ser apenas a primeira dentro dos planos de ampliação da livraria aqui no estado.

Acompanhe a entrevista de Marcus Teles e na versão impressa do Jornal do Commercio deste domingo (23), a matéria completa sobre o setor de livrarias no Recife:

 

Jornal do Commercio – Qual a pretensão da Leitura no Nordeste?

MARCUS TELES – Nós queremos ser a líder em toda a Região. Já temos lojas na Bahia, Alagoas, Paraíba e Ceará. A expansão no Nordeste vai chegar a Natal, Fortaleza e Teresina. E em Pernambuco vamos entrar com alguns diferenciais, porque o Recife já tem grandes referências instaladas. 

JC - O que a Leitura vai trazer de diferente?

MARCUS -  Posso assegurar que vamos ganhar destaque, a começar pelos mais de mil metros quadrados de espaço para os mais diversos tipos de produtos e em relação ao atendimento. Vamos ser menos “self-service” do que boa parte das megastores do setor. Livros, jogos, artigos de papelaria, um espaço de enriquecimento da cultura local, entre outros tipos de entretenimento. Atualmente a nossa rede é a que mais tem investido no mercado de megastore. Estamos entre as três maiores do país em termos de faturamento e planejamos terminar o ano de 2014 com mais de 50 lojas.

JC - Recife tem grandes redes instaladas com opções para todos os públicos. A Leitura espera surpreender com entretenimentos desse tipo também?

MARCUS - Chegamos no estado com a consciência de que teríamos concorrentes de grande peso. Por isso também escolhemos estrategicamente a Zona Norte por ser uma região carente no setor de livrarias. A escolha de se instalar em Olinda não foi à toa. Nós vamos ser pioneiros por lá, com o que vamos oferecer. E sim, teremos entretenimentos para todas as idades, inclusive o público jovem e infantil. Durante todo o ano vamos ter contador de histórias, um espaço para o cafezinho tradicional, lançamentos de autores, pockets shows. A ideia é oferecer variedade e isso não vai faltar em nossos ambientes.

JC – De acordo com a resposta do público, a Leitura pode se expandir ainda mais por aqui?

MARCUS -  A do Shopping Tacaruna vai ser só a primeira. Temos planos de nos instalar com outra loja também em Olinda e depois que toda a Zona Norte estiver coberta, pensaremos sim em outras possibilidades. 

JC - O senhor quer dizer, outros locais? Quais seriam?

MARCUS - Por enquanto, nenhum. Mas, por exemplo, saindo um pouco da capital, sondamos a cidade de Caruaru. Mas como eu disse antes estamos apenas chegando em Pernambuco. É só o começo.

JC - Os livros têm deixado de ser o carro-chefe das livrarias?

MARCUS - Não acho. O livro ainda é mais da metade do nosso negócio. Livrarias sobrevivem de livros e assim deve continuar. O que ocorre é que esse tipo de mercado se transformou em um ponto de lazer. Livraria hoje serve para passear. Se tornou um grande centro de convivência. Mas com um bom  acervo de livros nas prateleiras, sempre. É assim que tem que ser. Até porque basta verificar os números dos anuários do livro que vêm apontando crescimento nas vendas. Todos os demais produtos oferecidos são coadjuvantes, com importância cada vez maior mas nunca à frente das obras literárias, dos clássicos e best sellers.

JC – A Leitura contrariou, digamos, a lógica atual, deixando de comercializar no site da loja. Uma ousadia para um mundo cada vez mais tecnológico?

MARCUS - É inegável a expansão desse mercado virtual, mas não chega a ser uma ameaça aos negócios que se estabelecem fora dele. Tanto é assim que assumimos o risco de atender apenas em nossas lojas físicas. Nosso ciclo de crescimento tem provado o quanto estamos conseguindo superar esses novos mercados e o quanto os livros de papel não perderam espaço.

JC – Shoppins são sempre os lugares ideais para as livraria de grande porte?

MARCUS - Para o perfil de uma megastore, sim. E a grande maioria de nossas lojas tem esse formato. Mas nada impede que possamos imprimir outros conceitos, com lojas menores, mas com o mesmo intuito de entretenimento e cultura. Em Belo Horizonte temos unidade menores e uma delas, inclusive, tem um espaço de menos de 100 metros quadrados, com um conceito diferente que criamos, de obras apenas de literatura e arte. 

JC – Por aqui alguns bairros que se encaixAm nesse perfil de livraria menor, com conceitos diferentes... 

MARCUS - Tenho conhecimento disso e olho com bons olhos às chamadas “livrarias de bairros”. O Recife tem um ambiente muito propício para abrigar um mercado de livros específicos à arte. Vamos nos destacar primeiro como megastore. O futuro da Leitura em Pernambuco está só no começo.

 

ALGUNS NÚMEROS DA REDE MINEIRA LEITURA

- 15 milhões de pessoas circulam pela Leitura, por ano

- O maior espaço da livraria é no Shopping Del Rey (MG), com  1,8 mil metros quadrados

- Cerca de 770 mil cadernos foram vendidos, este ano, durante o período de volta às aulas

- Em 2013 a rede Leitura comercializou mais de 600 mil CD's e DVD's

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