Numa noite de concorrência com o Festival Mimo em Olinda, as bandas Raimundos e O Rappa lotaram, neste sábado (6), o Chevrolet Hall. Digão, Canisso e companhia foram os primeiros a subir ao palco. Diante de um bom público, Raimundos relembrou sucessos como Puteiro em João Pessoa, Palhas do coqueiro e Selim. Os fãs pularam, cantaram e bateram cabeça, numa atmosfera aquecida, contrastando com a forte chuva do lado de fora. Na plateia, os mais velhos relembraram as canções que permearam a adolescência 20 anos atrás.
À 1h30 do domingo, diante de um Chevrolet Hall já completamente tomado, o DJ Negralha dava o aviso que O Rappa já estava na área. Monólogo ao pé do ouvido, de Chico Science e Nação Zumbi, abriu o show, antes do vocalista Marcelo Falcão aparecer no palco. Organizar o passado é uma evolução musical...
Segurando com as duas mãos uma bandeira de Pernambuco, Falcão fez questão de expressar a identificação com o Estado. No repertório, músicas do trabalho mais recente, Nunca teve fim, e sucessos antigos, como O homem amarelo e Me deixa. O Rappa mostrou, mais uma vez, a capacidade de interagir com o público e se deixar impressionar por ele. Ao lado da também carioca Ponto de Equilíbrio, Falcão, Lobato, Xandão e Lauro tem público cativo no Estado há mais de uma década.
HOMENAGENS - Entre uma música e outra, Falcão se solidarizou com o goleiro Aranha, do Santos, chamado de “macaco” por torcedores do Grêmio. “Ser humano é ser humano. Macaco é macaco. Esse negócio de que todos somos macacos é para vender camiseta”, disse, criticando tanto o racismo quanto a tentativa de tirar vantagem dele.
Mais à frente, Falcão pediu alguns segundos de silêncio em homenagem ao “homem e pai de família” Eduardo Campos, ex-governador do Estado morto num acidente aéreo no mês passado. De imediato, foi aplaudido pelo público. O Rappa fez uma apresentação de cerca de duas horas de duração. Apesar de um Chevrolet lotado, o serviço de bar e banheiro funcionaram bem.
