Entrevista

"Consolidamos a política pública de cultura", diz Marcelo Canuto

Secretário faz balanço de sua gestão à frente da pasta do Estado

Mateus Araújo
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Mateus Araújo
Publicado em 27/12/2014 às 6:05
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Único secretário de Cultura com perfil técnico desta gestão de oito anos do governo de Eduardo Campos, Marcelo Canuto encerra o ano comemorando números e ações que, para ele, representam uma política pública de cultura desenhada em parceria com a sociedade. Para o secretário, Pernambuco avançou nos últimos anos na maneira de se fazer e pensar cultura. Em entrevista ao JC, Marcelo faz um balanço da pasta e adianta pontos que devem nortear a administração do seu substituto, o engenheiro Marcelino Granja.

ESCUTAS  

“Essa questão de ouvir (a população) foi uma decisão importante para se desenhar a política. E essa política teve como um dos eixos a inclusão, além da valorização da cultura popular em ações de formação e difusão. Isso foi desenhado a partir daquele primeiro ano. E foi uma política que foi se consolidando. (...) Terminamos o governo consolidando um desenho de política pública de cultura.” 

REGIONALIZAR

“Fizemos dez festivais (Pernambuco Nação Cultural). E todos eles se irradiaram para cidades vizinhas. Procuramos agregar a própria cidade ou agremiações e artistas das cidades vizinhas. No FIG deste ano fizemos o esforço de tirar o foco da Praça Dominguinhos. Abrimos para a diversificação. Procuramos apoiar também eventos de qualidade. Exercemos o diálogo, que foi a marca do governo.” 

MUDANÇAS 

“Qualquer mudança na política como um todo terá que passar por esse amplo debate, novos conselhos, novos fóruns. Acredito que tudo que vai se aperfeiçoar ou está no programa de Paulo Câmara ou vem com a visão do novo secretário.” 

GESTÃO

“Ser gestor público não é fácil. Uma coisa que nos facilitou foi a capacidade de diálogo, estar aberto para ouvir elogios e críticas. (...) Sempre militei politicamentente. (...) No Governo de Eduardo, fui da Secretaria de Articulação Social e depois da Casa Civil, que é o pulmão do governo. Quando cheguei na Cultura, o exercício que fiz foi de fechar esse eixo com relação ao segmento cultural. Tinha que ouvir todo mundo, tinha que ouvir as contradições e ter a sensibilidade do tempo que tinha formalmente. (...) Digo que a gestão de Cultura hoje exige mais que um intelectual. Se você não tiver ideia de gestão, pode criar uma barreira. As licitações são muito fortes, há muito controle, tem o Ministério Público, o Tribunal de Contas... (...) Nesse lado eu tinha tranquilidade.” 

MARCELINO GRANJA

“Primeiro, Marcelino (Granja, novo secretário da pasta) encontrará aqui um desenho de política cultural. Ele certamente vai aperfeiçoar, vai fazer as alteração que achar necessárias e fazer as escutas – pois está chegando de novo a hora de você fazer a ouvida.” 

PERMANÊNCIA 

“Acho que quando muda um governo – e mudou mesmo, houve um novo desenho de força – achei natural a chegada de outro secretário. Tive a preocupação de exercer e estou exercendo até 31 de dezembro o cargo de secretário. Tanto é que nosso último ato será no dia 30, aqui, com a família de Ariano (Suassuna), descerrando a placa do Teatro Arraial Ariano Suassuna.” 

NAÇÃO CULTURAL

“Acredito que deve continuar. O que deve ocorrer, certamente, é aperfeiçoar. Foram oito anos, quase uma década, e se você olhar para uma política de uma década, é preciso aperfeiçoa-la. Acredito que o festival deve ser mantido, certamente com os ajustes que devem ser feitos.”

Leia matéria completa no Caderno C deste sábado.

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