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Ana Carolina está menos romântica e mais eletrônica em novo disco

A cantora lançou em CD e DVD #AC ao vivo, com canções do último disco e retrospectiva dos 15 anos de carreira

JOSÉ TELES
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JOSÉ TELES
Publicado em 01/05/2015 às 11:05
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A cantora lançou em CD e DVD #AC ao vivo, com canções do último disco e retrospectiva dos 15 anos de carreira - FOTO: Divulgação
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A antiga expressão “minha casa é meu castelo”, no caso da cantora Ana Carolina, pode ser reformulada para “minha casa é o meu estúdio”. Literalmente. Na ampla e confortável casa onde mora, no bairro carioca do Jardim Botânico, ao sopé do Corcovado – ou no “sovaco do Cristo”, como se diz no Rio –, numa rua com vigilante na entrada, onde é vizinha de Eike Batista, do filho dele Thor e da atriz Luma de Oliveira (que vivem cada qual em sua casa), Ana montou o estúdio onde grava seus discos. Ali também é o cenário dos seus clipes, e no andar de cima, está o ateliê onde pinta suas telas.

O “castelo” foi onde ela recebeu a imprensa para falar sobre o DVD e o CD #AC ao vivo, que acaba de lançar – são registros do show, que estreou, em fevereiro de 2014, no Rio. Com ele, percorreu o Brasil, com passagem pela Europa.

O repertório enfatiza canções do último disco, mas é também uma retrospectiva dos 15 anos de carreira da cantora, com umas peculiaridades que ela detalhou, na entrevista coletiva, antes de conversar com cada jornalista separadamente.

“A sugestão para gravar Coração selvagem, de Belchior, foi de Monique Gardenberg (a diretora do show), eu impliquei com o ‘cachorro-quente’. E acabei cantando ‘beijo- quente’. Cachorro-quente me lembra dos tempos em que eu cantava em barzinho, de fim de noite. Saía com fome e comprava um cachorro- quente na carrocinha da esquina”, recorda-se. Também sugestão da produtora foi Fire, canção que Bruce Springsteen compôs, em 1977, e mandou num cassete para Elvis Presley, na esperança que ele a gravasse (Elvis morreria pouco tempo depois).

Workaholic a ponto de descer todos os dias para o estúdio (que fica no térreo da casa) e trabalhar como quem bate ponto, das nove às cinco da tarde, Ana Carolina começou a dirigir os próprios vídeos: “Começou com uma câmera que comprei nos Estados Unidos, que pode ser usada na água. Fiz o primeiro, na piscina, para fazer um lipsync para a música Combustível, mas para mostrar em casa, durante um churrasco.

O clipe de Libido também foi aqui, trouxe os modelos. Não queria beijar, mas acabei beijando. Eu dizia pra eles (e elas): ‘não sou atriz, meu beijo não é técnico’. Estava beijando mesmo, pegando o pessoal”, garante. “Com Chico (Buarque), na Resposta da Rita foi aqui também, no estúdio. Quando terminou, ele me olhou e disse que ficou legal. Aquilo foi para mim o grande elogio. Enfim, virei a chata do videoclipe. Podem dizer que isto ou aquilo já foi feito antes. Mas tudo já foi feito antes. Sendo assim vamos parar.”

O disco # AC, assim como o show que deságua no DVD #AC ao vivo, é pontuado pelo DJ baiano Mikael Mutti, que leva Ana Carolina das baladas românticas para as pistas: “Por conta do disco #AC não ter bateria, convidei Mikael, que já tocou com John Legend, Stevie Wonder. Ele trabalha com joystick de videogame pra produzir sons, uma coisa que ninguém faz, incrível. Mas a grande novidade mesmo é Edu Krieger. Nos conhecemos em 2008. Fiquei apaixonada pelo trabalho dele. Liguei pra Edu e disse que queria fazer um trabalho com ele”, conta. “Ele veio aqui. O cara toca um violão de sete cordas impressionante.”

Quatro parcerias com Krieger foram incluídas no show, entre elas Resposta da Rita, a tal gravada com Chico (que se faz presente no palco apenas no áudio).

A opção pela eletrônica numa carreira em que a canção lenta predomina, Ana Carolina explica pela necessidade de não ficar eternamente conhecida como “a cantora das baladas radiofônicas”. O romantismo é quebrado abruptamente, no DVD, com um sucesso da fuleiragem music, Você não vale nada, da sergipana Calcinha Preta, e Piriguete, reggaeton do belga (criado em Minas) MC Papo.

“Tenho medo de ficar engessada pelo sucesso. O sucesso acontece. Cheguei a ele e me apavorei. O importante não é fazer sucesso, mas se manter nele. Se você fica fazendo a mesma coisa é porque estagnou. Então, agora fiz uma coisa com eletrônica. Pode ser ruim, mas pelo menos ninguém vai dizer que estou parada, pelo menos, no palco, me movimento, a plateia se movimenta. Ninguém está parado”, brinca.

Assista Ana Carolina em #AC ao vivo:

 

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