Robert Zemeckis, diretor da clássica trilogia De Volta Para o Futuro, lança seu novo filme A Travessia, em 8 de outubro. Alguns dias depois, o mês marcará uma das datas fictícias da cultura pop: em 21 de outubro de 2015, Marty McFly (Michael J. Fox) chega ao futuro para ajudar seus filhos e encontra um mundo repleto de skates e carros voadores, filmes holográficos, tênis e casacos que se ajustam ao corpo e outras séries de "previsões" feitas na continuação, em 1989.
Divulgando A Travessia direto da Itália, onde tem uma casa de Verão, Zemeckis falou sobre a data à imprensa internacional reunida em Cancún, México, via Skype.
"Vou [passar o dia] estudando para ver quais das minhas decisões na época para o filme se tornaram realidade", brincou o cineasta vencedor do Oscar de direção por Forrest Gump, em 1995.
Apesar das comemorações de 30 anos do primeiro De Volta Para o Futuro, lançado em 3 de julho de 1985, Robert Zemeckis é um diretor que nunca ficou preso ao passado.
Sempre procurou inovar, seja narrativamente em Náufrago (2000), seja tecnicamente em longas como O Expresso Polar (2004), que abriu caminho para o amplo uso da técnica de captura de performance (atores cujas expressões faciais e corporais são substituídas por efeitos digitais).
"Bob [Zemeckis] é um dos diretores mais corajosos que existem no cinema moderno, não tem medo de tragédias ou de arriscar em temas sombrios", elogiou Sir Ben Kingsley, um dos atores de A Travessia, que conta a história real do equilibrista francês Philippe Petit, que atravessou, em 1974, as duas torres do World Trade Center andando sobre um cabo de aço sem corda de segurança -personagem do documentário oscarizado O Equilibrista (2008).
"Estava negociando com Phillipe desde 2006, porque achava que a história dele era cinemática. Queria mostrar a visão do artista lá no alto andando no fio e não apenas com a câmera olhando de baixo", explicou o diretor sobre seu 3D vertiginoso aplicado à produção. "Me identifiquei com essa aventura porque o tema é até onde um artista vai em nome da arte. Todo mundo que tem uma veia artística vai entender."
O ator americano Joseph Gordon-Levitt, de (500) Dias com Ela, assumiu o papel e o sotaque francês do equilibrista e passou oito dias na França aprendendo a andar sobre um cabo.
"Achei que era meio ambicioso demais quando ele se ofereceu para me ensinar a andar sobre o fio. Mas ele tem um galpão e criou uma oficina elaborada para me dar aulas. No fim, eu aprendi", revelou o ator. "Quando você consegue se equilibra, a sensação é de reafirmação e você fica viciado naquilo, apesar de machucar os pés."