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Keith Richards e David Gilmour: lançam disco solo no mesmo dia

Keith há 23 anos não fazia um álbum, Gilmour volta depois de seis anos

JOSÉ TELES
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JOSÉ TELES
Publicado em 21/09/2015 às 11:32
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Keith há 23 anos não fazia um álbum, Gilmour volta depois de seis anos - FOTO: divulgação
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No mesmo dia, 18 de setembro, sexta­feira passada, Keith Richards dos Rolling Stones, e David Gilmour do Pink Floyd, personagens icônicos da história do rock, lançaram discos solo. Remanescentes e sobreviventes da nobreza pop dos anos 1960, uma das épocas mais ricas, não apenas do rock, mas da cultura pop em geral. Continuam em atividade, não como uma espécie de fóssil para ser estudado ou dissecado, mas dando continuidade às carreiras que em quantidade de anos de atividade, ultrapassam um século. Ambos começaram em 1963. Richards com os Rolling Stones, Gilmour com a efêmera Jokers Wild.Eles chegam em 2015 com quatro álbuns solo. Crosseyed Heart é o primeiro solo de Keith Richards em 23 anos, enquanto Rattle That Lock é a sequência de On a Island, disco lançado por David Gilmour há nove anos.

Aos 71 anos, Keith Richards entrou e saiu de muitas situações. Com os Rolling Stones e em sua vida pessoal, atravessou marés mansas e turbulências. Crosseyed Heart é um trabalho de um sujeito de bem com a vida, que não tem nada que provar, nem fingir. Ao longo do repertório de 15 faixas, Keith Richards faz o dever de casa e mostra o que sabe e com quem aprendeu. Crosseyed Heart, canção que dá nome ao álbum e abre o disco, é um country blues que remonta ao que Richards escutava em Dartford, na adolescência, cantores como Robert Johnson ou Mississippi Fred McDowell. A faixa, curta, termina abruptamente, com a frase Thats What I Got It, grosso modo: "é o que temos pra hoje".

irompe um lick de guitarra que é a ex libris do som dos Rolling Stones. A canção tem uma leve semelhança com Sweethearts Together (do álbum Voodoo Lounge, 1994). A X­Pensive Winos, com quem gravou no início do anos 1990, foi reunida por com Keith Richards. Estão no disco o baterista (e parceiro) Steve Jordan, o guitarrista Waddy Watchel (o mais atuante dos três no disco) e o tecladista Ivan Neville (do clã dos Neville de New Orleans). Bobby Keyes, o lendário saxofonista falecido este ano, que tocou décadas com os Stones, está em duas faixas.

Keith Richards, apesar da artrite nos pulsos, toca quase tudo no álbum. Norah Jones faz um dueto com Richards na balada rhythm and blues, Illusion. Um toque de nostalgia na versão do singelo clássico folk Goodnight, Irene, do repertório de Leadbelly (que no Brasil, pasmem, foi rebatizada de Boa Noite, Meu Bem, iê iê iê gravado por Wanderléa). Outro convidado é Aaron Neville (pai de Ivan), que canta em Love Overdue, do regueiro jamaicano Gregory Isaacs. De 1974, a faixa é uma deferência ao reggae, um dos últimos elementos a entrar no caldeirão de ritmos dos Rolling Stones (em 1973, quando fizeram Goats Head Soup, na Jamaica).

 

(leia a matéria completa na edição impressa do Jornal do Commercio)

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