"Sou um moleque, mas um moleque bem alegre. Um marginal que sabe que é e será marginal”, quando assim se definiu, em 1973, Luiz Gonzaga Jrr, era considerado antipático, fazia núsica introspectiva, visada pela censura, que o tornou um dos autores mais proibidos na primeira metade dos anos 70, vivendo um relacionamento conturbado com o pai adotivo, Luiz “Lua” Gonzaga, por questões pessoais e ideológicas. No final da década, ele se transformou em Gonzaguinha, cantor e compositor de grande popularidade. Reconciliado com o pai, com quem viajaria pelo Brsil numa das turnês mais bem sucedidas da década. Desfrutou dez anos grande sucesso, interrompido num acidente de automóvel, em 29 de abril de 1991, no Paraná, numa cidade, ironicamente, chamada Renascença.
Hoje Luiz Gonzaga Jr faria 70 anos, com a discografia fora de catálogo (nas duas maiores livrarias do país, encontra-se apenas uma coletânea está à venda), ganhou uma compilação de duetos póstumos, produzida pela UNiversal Music. Presente - Duetos, em que canta seus principais sucessos com nomes que militam em facções divrsas da MPB, da dupla sertaneja Victor & Léo (Espera por Mim, Morena), a Alexandre Pires (O Que È, O Que É?), Ivete Sangalo (Sangrando), Lenine (Começaria Tudo Outra Vez), ou Zeca Baleiro (Um Homem Também Chora - Guerreiro Menino). Um projeto especial produzido por Miguel Plopschi.
O álbum reúne 14 sucessos de Gonzaguinha, sobrenome no diminutivo que ele ganharia a partir dos shows com Luiz Gonzaga (que receberia o aumentativo Gonzagão), numa convergência que demorou a acontecer. Filho de uma dançarina, e paternidade atribuída ao Rei do Baião, Gonzaga Jr foi criado, no MOrro de São Carlos, no Rio, pelo casal Dina e o músico Henrique Xavier. A sua música trafegava na contramão do estilo do pai, por quem foi gravado pela primeira vez, há 50 anos. Foi laçado como uma valsinha, Lembrança de Primavera, faixa que fecha o álbum A Triste Partida, e Luiz Gonzaga. No mesmo ano estrearam parceria com Boi Bumbá, de Quadrilha e Marchinhas e Juninas.