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David Bowie se aposenta dos palcos e inicia reedição de discografia

Primeira caixa traz uma dúzia de CDs, com 1,2 giga de música

JOSÉ TELES
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JOSÉ TELES
Publicado em 18/10/2015 às 6:00
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Primeira caixa traz uma dúzia de CDs, com 1,2 giga de música - FOTO: divulgação
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Em 2016, David completa 50 anos de carreira, data redonda que seus contemporâneos estão usando como gancho para turnês milionárias. O cantor inglês, no entanto, foi noticiado no meio da semana, aposentou­-se dos palcos. De agora em diante, eventualmente, poderá fazer apresentações avulsas, porém não turnês pela Inglaterra ou mundiais. Mas o cinquentenário de carreira fonográfica (contados a partir do primeiro disco como David Bowie), começou a ser celebrado antecipadamente com uma caixa que contém 1,2 gigabytes de músicas, distribuídas por uma dúzia de CDs, ou LPs. David Bowie Five Years ­ 1969­1973.

São seis títulos originais David Bowie, depois rebatizado de Space Oddity, The Man Who Sold The World, Hunky Dory, The Rise And Fall of Ziggy Stardust and The Spiders From Mars, Aladdin Sane e Pin Ups. E ainda: dois álbuns ao vivo, Live Santa Monica 72 e Ziggy Stardust: The Motion Picture Soundtrack, mais um par de projetos especiais, The Rise and Fall of Ziggy Stardust and The Spiders From Mars (com mixagem de Ken Scott feita em 2003), e o album duplo Re: Call 1, produzido especialmente para este projeto.

Foram anos fundamentais para a carreira de Bowie, que renovou o pop britânico, por tabela do resto do mundo, assumindo uma identidade em que o masculino e o feminino se entrelaçavam. A ambiguidade sexual virava tendência no rock porém, ao contrário do americano Vincent Furnier, que adorou o nome de Alice Cooper, sem abdicar da heterossexualidade, deixando claro que tudo não passava de provocação. Bowie radicalizou, sobretudo para uma época, início dos anos 1970, em que o mundo era varrido por uma onda conservadora, a ressaca dos libertários e paradoxais anos 1960.

Na capa do álbum The Man Who Sold the World (1970), Bowie aparece reclinado num sofá, de cabelos longos e usando um vestido longo. Nos EUA, a foto foi substituída por um cartum. O disco teve capas diferentes em outros países, e só voltou a ser lançado com a capa original na reedição da obra do cantor em 1990, pela gravadora Ryko Disc. A discografia computada aqui começa com David Bowie (1969), e logo ganharia nova capa e seria rebatizado de Space Oddity, por conta do sucesso da canção homônima.

Curioso é que George Martin não topou produzir o álbum (tarefa assumida por Gus Dundgeon). Space Oddity foi a primeira canção de Bowie a chegar no topo das paradas britânica. O Major Tom, personagem da canção, reapareceria em outros discos. A sonoridade é inovadora, mesclando o som espacial de grupos como o Pink Floyd com melodias engenhosas, sons acústicos e eletrônicos. As interpretações são teatrais, estudadas. Esse, como os demais álbuns originais não receberam faixas extras, como aconteceu em outras edições. 

(leia matéria na íntegra na edição impressa do Jornal do Commercio) 

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