Lançamento

Spok, DJ Dolores e Yuri Queiroga lançam Frevotron na Internet

Disco de estreia do trio estará disponível para download gratuito

JOSÉ TELES
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JOSÉ TELES
Publicado em 29/10/2015 às 6:00
foto: divulgação/Beto Figueroa
Disco de estreia do trio estará disponível para download gratuito - FOTO: foto: divulgação/Beto Figueroa
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Frevotron, disco de estreia do projeto homônimo, de Yuri Queiroga, DJ Dolores e Maestro Spok, será lançado hoje em versão digital, com download, e streaming, gratuito nas plataformas digitais. Não se trata simplesmente de frevo com roupagem tecno. Seria simplista demais a proposta, e até redundante. Robertinho do Recife fez isto em 1978, com Hermeto Pascoal em Robertinho no Passo. É bem mais do que isso. São dez músicas inclassificáveis e irrotuláveis, quase todas dançáveis, que têm a ver com frevo como têm a ver com maracatu, ritmos do Norte brasileiro e caribenhos, do Leste Europeu e o rock and roll. 

Para essas músicas, canções e temas instrumentais, convergiram Jorge du Peixe, Lira, a francesa Marion Lemonier, Jam da Silva, Otto e MC Sombra. Estes, por sua vez, receberam também a incumbência de criar as letras do que iam cantar, com total liberdade. A exceção está em Diáspora, em que DJ Dolores adaptou trechos da letra de< Zumbi de Jorge Ben Jor (Angola Congo Benguela/Monjolo, Cabinda, Mina/Quiloa Rebolo, favela”)

Um disco assim só seria possível com músicos assim, que entraram e saíram de todas, embora aparentemente se mantenham em posições estanques, sobretudo o saxofonista Inaldo Cavalcanti de Albuquerque, o maestro Spok, conhecido como líder da Spokfrevo Orquestra, renovador do frevo e um dos símbolos do Carnaval Pernambucano. Alguém não poderia ser mais aberto a qualquer tipo de música do que Spok, tocou com meio mundo de bandas e cantores, de Elba Ramalho, Alceu Valença e Chico Science & Nação Zumbi (participou do lendário show de lançamento do Afrocibederlia, no Clube Português, vinte anos atrás). O guitarrista e produtor Yuri Queiroga, filho de Spok, frequentador de estúdio desde criança, tem produzido de bandas indies a Elba Ramalho. Por fim, mas não menos importante Hélder Aragão, DJ Dolores, que tem se concentrado em trilhas sonoras, com várias premiações, foi um dos artífices do manguebeat e também renovou o papel do DJ, com o grupo Santa Massa, que foi muito além da música para as pistas.

O projeto começou a surgir quando Spok e DJ Dolores se encontravam no exterior, durante turnês: “A gente conversava e pensava em fazer um projeto. Me aproximei de Yuri, passamos a tocar juntos, ficou tudo em família, e resolvemos bater o martelo”, conta Dolores. O martelo foi batido há dois anos, quando eles criaram os primeiros quatro temas, instrumentais: “Quando surgiu a história da turnê este ano, apressamos as composições e fizemos as restantes”, continua Dolores. Os dez temas são tocados pelos três, com o convidado especial Jam da Silva: “Não tem como programar bateria para frevo, por causa do caixa. Ele não toca num compasso que dê para programar. Não sou especialista em frevo, e descobri assim a importância que ele desempenha”.

(leia matéria na íntegra na edição impressa do Jornal do Comercio)

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