NO AR

Ludovic e Omulu tocam no palco Sonic do Coquetel Molotov

Festival acontece a partir das 13h deste sábado (31), na Coudelaria Souza Leão, bairro da Várzea

GGabriel
Cadastrado por
GGabriel
Publicado em 31/10/2015 às 8:10
Divulgação
Festival acontece a partir das 13h deste sábado (31), na Coudelaria Souza Leão, bairro da Várzea - FOTO: Divulgação
Leitura:

O Ludovic encerrou suas atividades em 2006, mas neste ano se reuniu para uma apresentação em Belo Horizonte, São Paulo e, por fim, Recife, às 22h30 deste sábado (31) no Palco Sonic. Apesar de ser pouco conhecida no Nordeste, Ludovic foi uma das principais e mais influentes bandas do rock independente no Brasil.

“Era a banda de nossa adolescência. Envolvia o começo da vida adulta e dilemas íntimos. Não se sentir pronto para enfrentar o mundo ou achar que é um lugar hostil”, diz Jair Naves, vocalista e letrista. 

O Ludovic envolve as suas confusões e incertezas em uma música que, ao invés de lastimar, explode em raiva ou angústia desvairada – caso de Janeiro Continua Sendo o Pior dos Meses e Boas Sementes, Bons Frutos, carros-chefes do show de hoje. 

“Eu tento evitar a nostalgia a todo custo”, diz Jair Naves. “Ludovic foi a banda da minha juventude. Voltar a essas músicas é como pegar um caderno velho e ver a ingenuidade que tinha ali. Mas aquilo também tem um sentimento muito forte. A banda tinha uma abordagem muito enérgica e visceral E mesmo que eu mude a minha sonoridade em alguns aspectos, essa é a minha essência e ela permanece”, conclui.

FUNK

O DJ e produtor Omulu, que encerra o festival, com show às 1h50 no Palco Sonic, é expoente de um momento de reinvenção do funk carioca. Se na década de 1990 o gênero tinha sua sonoridade limitada pelas tecnologias, hoje o “batidão” se funde com o rap e música eletrônica.

Omulu faz shows em bailes do Rio de Janeiro e também é presente no circuito internacional de música eletrônica – foi atração do festival Tomorrowland deste ano, por exemplo. Ele transita tanto nas margens do mercado quanto no pop global, extraindo seu som de todos os lugares. “Comecei meus primeiros experimentos com música eletrônica em 1999. Nessa época eu já pirava em misturar a batida antiga do funk, conhecida como voltmix, com batidas 4x4 do techno, assim como samples de sanfonas e agogôs”, revela. 

Este movimento rumo a uma música globalizada é o que o pesquisador de música Motti Regev chama de “cosmopolitismo estético”, uma negociação entre raízes culturais e um senso estético pop, urbano e moderno. 

Enquanto alguns enxergam higienização cultural neste processo, Omulu pensa diferente: “Assim como a linguagem e a cultura, a música se replica, varia, se recombina e é selecionada. Isso sempre existiu, mas era um processo muito lento. Com a globalização e ainda mais a explosão da internet, essa transformação está completamente fora de controle. Não só o funk, mas toda a música contemporânea mundial está se misturando muito rapidamente”, teoriza.


Últimas notícias