A primeira universidade a que Naná Vasconcelos teve acesso foi a Universidade do Samba de Sítio Novo, imaginária entidade nascida das lucubrações do professor Jomard Muniz de Britto nos idos de 1966, onde Naná se graduou em berimbau, e com ele ganhou o mundo. Foi com o berimbau que Naná Vasconcelos esteve hoje na Universidade Federal Rural de Pernambuco para receber o título de doutor Honoris Causa, iniciativa do Núcleo de Estudos Afro Brasileiros (Neab/UFRPE), o Conselho Universitário homologou a Resolução 228/2015, do Conselho de Ensino Pesquisa e Extensão (Cepe).
O músico, de 71 anos levou ao salão nobre da UFRPE uma seleta e eclética plateia que incluía a ministra das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos, Nilma Lino Gomes, do vice-governador de Pernambuco, Raul Henry, e do vice-prefeito do Recife, Luciano Siqueira, o forrozeiro Santtana O Cantador. Numa cerimônia na qual poderia faltar música. A entrega do título honorífico teve trilha do grupo Bacnaré, do coral feminino Voz Nagô, e as gêmeas Lulu e Aninha Araújo (as Fadas Magrinhas), e diversos percussionistas.
Emocionado, Naná Vasconcelos falou o mínimo possível, expressou sua gratidão com música, e com o berimbau, um instrumento emblemático. Trazido com os africanos que vieram para o Brasil como cativos, o berimbau supostamente limitado, teve suas possibilidades expandidas pelo afro-brasileiro, e introduzido nos mais requintados espaços para a música do planeta. Um concerto de berimbau solo celebrou a vitória do ex-aluno da Universidade do Samba de Sítio Novo que, conforme ressaltou a reitora da UFRPE, Maria José de Sena: Conseguiu fazer o maior programa de inclusão sem levantar o punho e sem palavras de ordem; apenas com sua música, sua percussão”.
Entre as personalidades marcantes da cultura pernambucana que já foram agraciadas com o título de Doutor Honoris Causa pela UFRPE estão figuras como Ariano Suassuna e Luiz Gonzaga (in memoriam).
