Uma foto de um menino negro segurando um boneco do personagem Finn, de Star Wars, interpretado pelo ator John Boyega, também negro, está causando repercussão nas redes sociais. Postada no Facebook pela historiadora Jaciana Melquiades, mãe do pequeno Matias, a legenda deixa claro a importância da imagem para o garoto.
Ele nem sabe ainda o que é Star Wars, mas sabe que o boneco é igual a ele ???Representatividade importa!#representatividade#starwars#eraumavezomundo
Posted by Jaciana Melquiades on Sábado, 2 de janeiro de 2016
A repercussão do post retoma um assunto recorrente na atualidade, mas que as vezes cai no esquecimento: a representatividade na indústria cultural. Desde os tempos em que as princesas das Disney desfilavam seus loiros cabelos e corpos brancos esguios, já se percebeu que a discussão sobre inclusão na indústria do entretenimento era urgente. Atrasada, até.
A foto teve mais de 34 mil curtidas e nove mil compartilhamentos. Muitos dos comentários foram de identificação. "Também dei um desses para meu sobrinho de alma, Samuel, e ele disse que ficou feliz de ter um boneco igual a ele e que, quando crescer, vai ser um guerreiro como o Finn", disse Cintia Calas Alves.
Surpresa com repercussão
Jaciana explicou que não esperava uma repercussão tão grande, pois já postava outras fotos sobre representatividade nas redes sociais, já que o tema faz parte do seu trabalho. Ela tem uma empresa de brinquedos educativos e integra coletivo Meninas Black Power, que promove atividades educativas voluntariamente em escolas tratando de questões raciais. "Trabalho com isso e sempre falo sobre representatividade. Se olhar meu insta vai ver também que sempre posto fotos do Matias... nunca achei que uma foto dele fosse ser tão compartilhada e confesso que fiquei meio espantada", disse.
Questionada sobre como ela espera que a repercussão da história de Matias auxilie os pais a tratarem questões raciais com seus filhos, ela se mostra esperançosa. "Acho que a geração dele está mais bem representada que a minha, por exemplo. Visibilidade e representação são as ordens do momento.", frisou.